Realizado em Budapeste, o Campeonato Europeu de Karaté reuniu os melhores atletas do continente e foi nele que, finalmente, Portugal afirmou-se. O primeiro dia de prova trouxe grandes aspirações à nação lusa, com Nuno Moreira – no escalão -75kg – e Nuno Dias – no escalão +84kg – a apurarem-se para a disputa do terceiro lugar, na classe de kumité (combate).

Mas a prova de “kumité equipa” também surpreendeu. O conjunto português, que se viu derrotado no primeiro encontro frente à Bósnia, conseguiu ser repescado e tentou vingar as cores nacionais. Os cinco “guerreiros” não se deixaram travar e, também eles, viriam a disputar um lugar no pódio.

Na Hungria, “canta-se” o peito ilustre lusitano

O momento da verdade estava a chegar: pela primeira vez, Portugal iria disputar três medalhas num campeonato europeu. Para trás, ficaram dois sétimos lugares na categoria de kata (sequência de movimentos que refletem um combate com um adversário imaginário) equipa feminina e kata equipa masculina.

A Hungria pintada de verde, amarelo e vermelho

A Taça do Mundo de Velocidade da Canoagem, também realizada na Hungria, contou com a participação da seleção nacional portuguesa. O fim de semana reservou duas medalhas de bronze para os lusitanos. Fernando Pimenta e Emanuel Silva, e Joana Vasconcelos e Teresa Portela, foram as equipas que subiram ao pódio.

“Portugal, Portugal”, foi o cântico que mais se fez ouvir na subida do atleta português ao palco europeu. Foi Nuno Dias o primeiro a entrar em jogo frente ao atleta da Sérvia. O combate começou favorável aos lusos, com o representante português a somar, desde logo, dois pontos, com um pontapé ao tronco. A vitória ficou consolidada quando Nuno Dias aumentou a vantagem por mais dois pontos, com ações de braços à cara.

“Foi indescritível. Parecia que estava a sonhar”, confessa o atleta ao JPN, que já procurava a medalha há 15 anos e que, no espaço de apenas quatro minutos, conseguiu concretizar o seu objetivo. O dia começara em grande para a equipa nacional, com o pódio dos +84kg a ser pintado com a bandeira portuguesa.

Com a mesma garra entrou Nuno Moreira para o combate. À sua frente estava o italiano que havia sido campeão do mundo em novembro. A vitória não sorriu a Portugal e, pela segunda vez, o atleta maiato ficara a um passo da medalha. “Foi muito bom, se bem que aspirava conseguir a medalha”, revela ao JPN Nuno Moreira.

Para o competidor, desistir não é estratégia e adianta que, em breve, chegará à tão desejada medalha”. “Estive em grande destaque com quase 40 pontos marcados. A disputa do bronze teve um grande sentimento de gratidão ao trabalho que realizo”, sublinha Nuno.

Em relação à disputa de medalha da equipa, Portugal esteve frente a frente com a Eslovénia. Mais uma vez, o resultado não foi favorável à equipa lusa, que ficou aquém do pódio, mas a sensação é “muito gratificante”, explica Nuno Moreira, que combateu também neste encontro. “É sinal de que o nosso karaté está a melhorar e a crescer a olhos vistos”, avalia o atleta, acrescentando que “os melhores momentos foram todos. Cada um é vivido a grande intensidade”, confessa.