Tigres, leões, girafas, rinocerontes, ursos ou zebras, são algumas das espécies em exposição, a partir de hoje, na Casa Andresen, no Porto. As composições expostas procuram recriar situações de interação na vida animal e resultam de um invulgar trabalho de taxidermia – arte de conservar animais mortos e dar-lhes aparência de vida.
A exposição, da autoria do espanhol Antonio Pérez, conta com cerca de quarenta espécies e cento e vinte animais distribuídos por toda a casa. Aos participantes, é dada a possibilidade de explorar o espaço – que está às escuras – através de lanternas, e de compreender o processo que parece “reanimar” os animais.
“A ideia é criamos um núcleo fundamental museológico, onde todos os aspectos da ciência e talvez mais do que a ciência possam estar contemplados, possam ser exibidos e mostrado às pessoas”, afirma o professor e biólogo Nuno Ferrand.
“A ideia surgiu a partir de Sophia de Mello Breyner. Esta foi a casa onde passou uma parte importante da infância… E também porque ela nos deixou num dos seus livros uma imagem absolutamente extraordinária que é a descrição ou a imaginação do esqueleto de uma baleia, pendurado neste àtrio”.
Durante o seu período de vigência, a exposição será acompanha de programação cultural complementar, em parceria com músicos, poetas ou bailarinos. A Gonçalo Tavares ou Alberto João Vieira, foi pedido, por exemplo, que escrevessem um poema sobre a “invasão” dos animais à Casa Andresen. Estão também agendados concertos e espectáculos de dança, “de alguma maneira relacionados com os animais”, explica Luís Mendonça, comissário da exposição.
Para além da literatura e dos concertos, toda a exposição é acompanhada por diversas músicas instrumentais, compostas por Manel Cruz, vocalista dos Ornatos Violeta. O artista explicou que o objetivo é criar uma simbiose cultural, entre música e ciência: “Tens uma guitarra elétrica e estás a olhar para um leão ou uma gazela”, sublinha o cantor.
“É a menos elitista das exposições e queremos precisamente começar dessa maneira”, afirma Ferrand. A exposição está aberta todos os dias, das 14h às 22h, de terça a sexta. Sábados e domingos o horário é mais alargado: das 10h às 22h O preço dos bilhetes varia entre os 2,5 euros (adultos) e 1,50 euros (crianças e idosos). A iniciativa é da Universidade do Porto (UP), num projeto que conta com o apoio do CREN e do grupo Ciência Viva.