Realizou-se, esta segunda-feira, uma ação de mobilização estudantil na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP). A iniciativa é da Associação de Estudantes da faculdade (AEFBAUP) que, por volta da hora de almoço, estendeu cartazes numa corda – como se estende a roupa – ao longo do caminho central da instituição.

Os cartazes foram feitos pelos alunos, tendo o modelo sido disponibilizado na página oficial do evento, e mostravam os problemas sentidos pelos seus criadores no Ensino Superior. “Isto é uma ação simbólica de denúncia destas coisas e uma ação de combate e protesto quanto a este desinvestimento na nossa faculdade”, explica a vice-presidente da AEFBAUP, Maria Silva, ao JPN.

O motivo do protesto são as dificuldades sentidas pelos estudantes do Ensino Superior, numa altura em que poderão chegar novos cortes onde já existem “insuficiências“. Para Maria, isto é “insustentável“, o que pede alguma criatividade para denunciar estes problemas.

Contudo, esta ação de mobilização tinha ainda um outro objetivo: cativar mais pessoas para o protesto que vai decorrer esta quarta-feira, 22 de maio, na zona da Batalha, no Porto.

Marcha reivindicativa entre o Bolhão e os Aliados

O protesto estará a cargo da Associação de Estudantes da Escola Superior de Educação do Porto (AEESEP). A partir das 17h30, os alunos partem de perto da estação de Metro do Bolhão e irão em marcha até à Praça da Batalha.

“Este protesto pretende ter muita cor, muita alegria, porque, em momentos de crise, também são precisas na esperança de um futuro melhor”, refere Maria João Antunes, presidente da AEESEP. A animação vem, em grande parte, do apoio dado pela Escola Superior de Música, Artes e Espetáculo (ESMAE).

Para Maria João, a manifestação decorre da situação “muito difícil e complicada” pela qual a comunidade do Ensino Superior está a passar. “Os problemas multiplicam-se, sobretudo o subfinanciamento crónico, que não consegue fazer face às despesas”. Para a presidente da AEESEP, a isto acresce o facto de o Governo ter dado a entender que vai continuar a cortar na Educação para colmatar a decisão do Tribunal Constitucional.

Quanto à adesão ao evento, Maria João afirma que houve uma boa receção em relação às razões do protesto e um acordo generalizado quanto à situação do Ensino Superior, que as diferentes associações de estudantes compreendem e até partilham desta opinião.