Depois de o Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (FITEI) ficar de fora das listas de financiamento da Direção Geral das Artes (DGArtes), as dificuldades agravaram-se, colocando em risco a sua “continuidade futura”.

Mário Moutinho, diretor artístico do FITEI, diz ao JPN que esta situação obriga a que o “festival seja repensado”. “Não tendo uma dimensão como era habitual, os investidores privados têm mais dificuldades em participar”, levando a um afastamento por parte dos mecenas.

A falta de financiamento para o FITEI provocou “uma constestação em sede de audiência dos interessados, depois de [anunciados] os resultados provisórios”. A organização do FITEI contestou a decisão da DGArtes, mas “os resultados definitivos só poderão sair quando o festival provavelmente tiver terminado”, acrescenta Mário Moutinho.

Depois de alguma incerteza quanto à sua realização, o acordo com o Ministério da Cultura do Brasil salvou este festival e permite que os portugueses possam ver um conjunto de espetáculos “vindos com o apoio direto do teatro brasileiro”.

Contexto

O FITEI pediu à DGArtes um apoio de 317 mil euros, o qual foi rejeitado e, por isso, a Funarte investiu, nesta 36.ª edição, um valor semelhante, para que este festival se realizasse.

O FITEI é uma instituição cultural que pretende promover o teatro e as artes performativas, fomentar a criação artística e de novos públicos, e estabelecer e reforçar os intercâmbios culturais e artísticos de todo o mundo de expressão ibérica.

Uma incerteza que perdura

Mas esta incerteza perdura e a organização do FITEI ainda não sabe se haverá evento para o ano. Sem nada organizado e sem contactos, Mário Moutinho afirma que as decisões serão tomadas “mais lá para a frente, depois da realização da edição deste ano”. No entanto, o futuro do festival está comprometido, se não houver apoios por parte do Governo português. “Tudo poderá acontecer: poderá acabar o festival, pode ser feito noutros moldes, ou, então, podemos voltar a fazê-lo”, mas aqui implica apoios a todos os níveis.

A partir desta quarta-feira, os portugueses poderão contar com “espetáculos vindos do Brasil, diversificados, de grande qualidade”, assegura Mário Moutinho. Os espetáculos (programa) pautam-se por serem clássicos e outros contemporâneos, sendo eles de dança, teatro ou de rua, abrindo assim um leque do que são as “artes cénicas brasileiras”. Contudo, o diretor artistico do FITEI destaca o espetáculo de encerramento, no dia 10 de junho, que é realizado por uma “das companhias mais conceituadas e de referência do Brasil”.