O balanço é positivo: de acordo com o comunicado, estima-se que cerca de 75 mil tenham passado pelo Primavera Sound. Os resultados “superaram as expectativas” e demonstram “que o festival se consolida logo ao segundo ano”.

Quanto à próxima edição, fica a certeza de que para o ano há mais: de 5 a 7 de junho de 2014, o festival regressa e o primeiro nome já está confirmado. Vindos dos Estados Unidos, os Neutral Milk Hotel, de Jeff Mangum, prometem trazer o início da década de 90 à cidade do Porto.

Segundo a organização, Blur e Nick Cave foram os pontos altos das três noites do festival, seguidos de perto por James Blake, Nick Cave, Grizzly Bear e The Breeders.

Já entre o público, a opinião foi mais ou menos consensual, mas não muito distante da estimada pela organização. Blur e Nick Cave & The Bad Seeds foram, de facto, os eleitos do público e a música foi o principal motivo que levou à ida. No entanto, o ambiente também foi importante. Ana Pinho, de 36 anos, foi aos três dias e fala do ambiente “tranquilo”: “Nos outros festivais acaba sempre por haver algum incidente e aqui não”.

Por oposição, entre os pontos baixos, estão, de acordo com Filipe Sequeira, o “preço – mas isso já se sabe”, e a diminuição da qualidade das bandas no terceiro dia. No momento de escolher o momento alto da última noite, Ana disse: “Esta é uma resposta muito má, mas [o melhor momento] foi a sande da badalhoca. As bandas de hoje não me conquistaram nada”.

Um público poliglota

O ano passado foi suficiente para provar que o Primavera é capaz de chamar público de todos os lados. Este ano, o Parque da Cidade voltou a ouvir muitos outros idiomas além do português. Do encontro de culturas e do espírito mais descontraído resultaram algumas situações mais caricatas: “Encontrámos um grupo de ingleses que não conhecíamos de lado nenhum que chegou e nos começou a beijar”, contaram Júlio e Carolina ao JPN.

Outro grupo de ingleses, vindos de Manchester, afirmou ter vindo ao Porto de propósito para o festival. Em conversa com o JPN, afirmaram que o roteiro de festivais europeus serve como desculpa para viajar: ao mesmo tempo que conhecem a cidade, aproveitam para ouvir música. Para chegarem até ao Primavera, os festivaleiros britânicos confessaram ter gasto aproximadamente 400 euros em viagens e alojamento. Nick Cave e Blur são, uma vez mais, considerados os pontos altos do festival enquanto que os cinco grupos portugueses que também atuaram nos dois últimos dias do festival não receberam qualquer interesse do grupo de Manchester.

“O Optimus Primavera Sound não se constrói apenas com grandes nomes”

Além das bandas que foram cabeças de cartaz, outros nomes mais pequenos foram também alvo de atenção e surpresa durante os três dias do festival. PAUS foi uma surpresa para Paulo Almeida, que disse ter ido ao Primavera apenas para ver Nick Cave. Explosions in the Sky também superaram as expectativas, ao contrário de Dead Can Dance que, segundo Paulo, foram a grande desilusão.

“Houve uma banda que não sei o que era, no palco Super Bock, que era muito giro. Não estava nada à espera”, contou Ana Pinho, referindo-se à banda que o JPN percebeu ser Liars. Além de PAUS, Mão Morta e Memória de Peixe também conseguiram chamar a atenção de uma ampla plateia.