Quando se trata de comprar uma prenda para as crianças lá de casa, os Legos estão, muitas vezes, no topo da lista. Mas, agora, é provável que os bonequinhos amarelos sejam riscados do conjunto de presentes a oferecer.
A razão é simples: Christopher Bartneck, do Laboratório de Tecnologia de Interface Humana da Universidade de Canterbury (HITLabNZ), na Nova Zelândia, liderou uma investigação sobre as expressões faciais das figuras da Lego, e concluiu que as mesmas transmitem, cada vez mais, sentimentos negativos.
O estudo [PDF] envolveu 264 “cobaias”, que visualizaram fotografias de 628 diferentes cabeças de Legos lançados entre 1975 e 2010. O objetivo era avaliar a intensidade das expressões de cada uma, enquadradas nos seguintes estados de espírito: raiva, alegria, tristeza, desgosto e surpresa.
A conclusão é de que, com o tempo, as figuras têm adquirido expressões mais carregadas e enraivecidas, em contraste com as do passado, que eram, sobretudo, de alegria. A sensação que os autores da investigação têm, é de que os temas das edições de Legos vendidas “têm-se baseado, cada vez mais, no conflito”.
A investigação calcula, ainda, que existem, em média, 75 peças de Lego por pessoa, no planeta. Por causa disto, Christopher Bartneck e os colegas dizem que não podem deixar de questionar “como é que a transição de apenas caras positivas para um número crescente de caras negativas se reflete na forma como as crianças brincam”. “As crianças que, hoje em dia, crescem com os Legos, vão recordar-se não só dos sorrisos, mas também da raiva e do medo espelhados nas caras das figuras”.