O espaço é quase comparável a um labirinto e em nada se parece com uma oficina de molduras tradicional. Em todas as salas estão expostas várias obras de arte desta edição (e da anterior) da “Laissez Faire“. A ideia para aliar a oficina de molduras a um “cluster” cultural que abrangesse diferentes áreas, todas elas ligadas à arte, partiu de Martim Dias, curador e responsável pelo evento, e de Vítor Guedes, proprietário da oficina de molduras Felisberto Oliveira.

A “Laissez Faire” pretende oferecer ao público uma diversidade artística que inclua vários movimentos e conceitos. Além disso, e segundo Martim Dias, pretende ainda “cruzar obras de artistas consagrados com artistas emergentes para que possam ter a oportunidade de divulgar o seu trabalho”.

“A ideia é abranger um leque variado de artistas, reaproveitando um espaço que tem condições para se assumir como um projeto experimental e um projeto de divulgação artística na cidade do Porto”, justifica Martim ao P3. A iniciativa tem ainda o objetivo de criar um projeto constante, baseado fundamentalmente na livre criação e seguindo o lema do “deixar fazer”.

Entrada livre

A “Laissez Faire” tem início marcado para as 15h deste sábado, 15 de junho, na oficina de molduras Felisberto Oliveira, na Rua do Heroísmo, 51, no Porto. A entrada é livre.

As áreas artísticas que vão ser apresentadas nesta 2.ª edição da mostra são a pintura, a escultura, a instalação, o cinema, a fotografia, a ilustração, a performance, a literatura e a música. Entre o grupo de artistas presentes constam nomes como José Brito Santos, Pascal Ferreira, Tiago Casanova, Patrícia Figueiredo ou Ana Catarina Pinho.

Entrada livre, exceto “workshop”

Com entrada livre, o “Laissez Faire” quer aproximar a arte à sociedade portuense e apoiar o desenvolvimento cultural da zona oriental da cidade. O programa inclui ciclos de cinema, concertos e “workshops”, bem como a exposição de diversas obras artísticas. A única atividade paga desta 2.ª edição são os “workshops”.

A “Laissez Faire” não depende do setor público para gerar receita. A iniciativa pretende, pelo contrário, que seja o setor privado a apostar em projetos culturais como este. “Para os artistas se afirmarem, o setor privado é o que mais pode ajudar”, justifica Martim Dias. Além disso, o projeto não é uma galeria nem está ligado a nenhuma em particular. Segundo Martim Dias, quando um artista quer expor ficam “com uma pequena percentagem, entre os 20% e os 25%, quando o trabalho é comercializado”.

De acordo com Jorge Velhote, que também está associado à iniciativa, a “‘Laissez Faire’ pretende ser uma mostra na qual as pessoas circulem e descubram diálogos interativos entre diferentes artistas”. “Aquilo que fazemos é oferecer um espaço e propiciar a oportunidade aos artistas para que corram riscos”, salienta ao P3.