Recarregar a bateria do telemóvel pode vir a tornar-se uma tarefa muito mais fácil, uma vez que uma nova tecnologia quer dispensar a necessidade de corrente elétrica ou energia solar: basta usar o calor do corpo humano.

O dispositivo, chamado “Power Pocket”, funciona através de módulos termoelétricos que convertem o calor do corpo humano em energia. “Os módulos termoelétricos são compostos por duas camadas: uma fria e outra quente (aquela que fica em contacto direto com o corpo). Os fluxos de calor transmitidos pelo corpo humano e as diferenças de temperatura entre as duas camadas criam uma tensão e corrente elétrica que, por sua vez, geram energia”, explica o responsável, em comunicado divulgado no blog da Vodafone. É que este projeto é resultante de uma parceria da empresa de telecomunicações com o departamento de Ciências Eletrónicas e Computação da Universidade de Southampton.

“Assim por alto, podemos dizer que oito horas dentro do saco-cama equivalem a 24 minutos de conversação e a 11 horas em stand-by. Isto, assumindo que o seu interior está à temperatura média do corpo humano, ou seja, 37 graus”, explica Stephen Beeby, professor de Sistemas Eletrónicos na Universidade de Southampton e líder do projeto, em comunicado.

Um projeto que vai facilitar a vida dos mais festivaleiros

Os primeiros protótipos do sistema já estão disponíveis e foram instalados num saco cama e nuns calções, permitindo assim carregar o telemóvel enquanto se dorme, se anda ou se dança. Um dia inteiro a dançar, por exemplo, consegue carregar um smartphone durante quatro horas.

Uma ideia bastante aliciante para os adeptos dos festivais de verão, que têm particular dificuldade em aceder a corrente elétrica. Aliás, é precisamente para eles que a empresa quer direcionar o marketing da nova invenção. Por isso, a fase experimental arrancou agora, com o Isle of Wight Festival, em Inglaterra, e vai decorrer ao longo de toda a época festivaleira.

Mesmo assim, “ainda há muita pesquisa a fazer”, principalmente “de forma tornar o material resistente e aplicável a todas as roupas”, explica Stephen. O investigador acredita, no entanto, que “daqui a dez anos, esta tecnologia vai estar acessível a todos”.