Caso Manuel Pizarro vença as eleições autárquicas em setembro, as ruas Passos Manuel, Alexandre Braga e Santa Catarina podem vir a tornar-se no espaço de uma espécie de “bairro académico”.

O Bairro Académico

Para já fala-se essencialmente das três ruas mencionadas: Santa Catarina, Passos Manuel e Alexandre Braga, mas “há outras possibilidades que podem ser estudadas”, como as artérias de Sá da Bandeira, Formosa, Firmeza, Fernandes Tomás e Alves da Veiga.

A ideia, que pode até avançar com fundos comunitários, prevê incentivos aos privadois, para que sejam eles próprios a reabilitar as casas e a alugá-las aos estudantes. Para isso, o candidato quer recorrer a estímulos fiscais, por exemplo.

“A cidade tem mais de 70 mil estudantes, só a Universidade do Porto (UP) tem 35 mil, quatro mil dos quais estrangeiros. Significa que há um espaço enorme para que parte significativa do investimento na reabilitação urbana seja dedicado à criação de casas para alugar a estudantes universitários, a preços reduzidos”, explicou Pizarro aos jornalistas, no encontro com o reitor Marques dos Santos, para apresentação da proposta, esta terça-feira.

O objetivo final é atrair os estudantes para o centro da cidade e “reabilitar mais de 500 apartamentos”, mas o candidato à Câmara acredita que esta iniciativa permitirá ainda “criar emprego e dar uma nova vida à cidade”. “Trará emprego não apenas no processo de reabilitação mas também na pós-reabilitação, porque tudo isto trará uma reanimação do comércio de rua, da restauração, das cafetarias, enfim, de tudo aquilo que caracteriza o espaço vivenciado pelas pessoas”, afirmou.

Pedro Carvalho também aposta na criação de residências universitárias

Também Pedro Carvalho, candidato à Câmara pelo Partido Comunista acredita ser rentável a utilização de casas devolutas do centro histórico para fazer “residências universitárias de baixa densidade”, ajudando à repovoação de uma zona cada vez mais desabitada.

“A ideia é fazer casas para 10 ou 20 estudantes estrangeiros que estejam de passagem pela cidade, investigadores e estudantes que queiram viver no centro histórico”, explicou Pedro Carvalho, no início de julho, numa reunião com a presidente do Instituto Politécnico do Porto (IPP), Rosário Gamboa.

O candidato comunista falou ainda da necessidade de “abrir o ensino superior à cidade” e quem sabe criar um “um programa de bolsas da própria Câmara que possa apoiar investigadores”, principalmente em assuntos que “tenham a ver com a cidade, na área do urbanismo, ambiente e social”, desenvolveu. Uma forma, disse, da autarquia usufruir de “técnicos com alguma experiência e qualificação que contribuem para a cidade”.