Gaba-se de ser um dos festivais mais internacionais de Portugal e este ano quer repetir a proeza: de acordo com dados da organização, até domingo esperavam-se já 12 mil estrangeiros. No ano passado, 16 mil passaram pelo Optimus Alive com o Reino Unido a liderar a corrida – de lá voaram sete mil, provavelmente arrastados pelos históricos conterrâneos Radiohead, The Cure e The Stone Roses.

Michael Johnston foi um deles e está prestes a fazer a “dobradinha”. Natural de Belfast, capital da Irlanda do Norte, vive e trabalha atualmente em Edimburgo na Comunicação do Royal Bank of Scotland. Melómano, costumava ir todos os anos ao Benicàssim, em Espanha, em religiosa peregrinação musical. Até que se fartou. “Sempre gostei muito, mas começou a ter muita gente do Reino Unido, o que, para mim, anulava um bocadinho o propósito de ir”, conta, num e-mail enviado ao P3. Foi lá que ouviu falar do festival do Passeio Marítimo de Algés pela primeira vez. Em 2012, decidiu arriscar e este ano não conseguiu não voltar.

“É, sem dúvida, o melhor preço que já vi num festival”

O preço é um dos grandes aliciantes. Muitos britânicos preferem viajar para outros países em vez de irem a festivais locais como o gigante Glastonbury porque acabam por poupar dinheiro – mesmo entre bilhetes de avião (numa companhia “low cost”) e ingressos para os concertos. É o caso de Michael, para quem o valor de 105 euros pelo passe de três dias é “incrível”. “É, sem dúvida, o melhor preço que já vi num festival”, diz, sublinhando que acaba por ficar por “metade do preço de um festival no Reino Unido (normalmente cerca de 240 euros)”. Segunda vantagem: o tempo, claro. Sol, sol e sol.

De Portugal, o jovem de 28 anos só conhecia o Algarve. No ano passado, viajou de Glasgow até Faro (voo directo pela Easyjet) com dois amigos e depois foi de carro até Lisboa. Os três ficaram a pernoitar no acampamento oficial do festival (Lisboa Camping), tão diferente dos “campos lamacentos no meio de quintas” que são recorrentes nos eventos britânicos. Armaram-se, depois, em turistas pela capital – muitas fotos e muitas vistas – antes do festival propriamente dito, onde vibrou com The Stone Roses e The Maccabbes ao pôr do sol (“um momento maravilhoso!”).

Este ano mal pode esperar por ver Green, Alt-J, Two Door Cinema Club, Depeche Mode, Disclosure, Vampire Weekend, Crystal Castles, 2manyDJs e Japandroids. Só espera que não se repita a enchente de Radiohead, noite em que “era impossível andar pelo festival”. Apesar de gostar da facilidade com que se atravessa o recinto, Michael aventura-se num pedido: “Seria óptimo se existissem mais um ou dois palcos.” Isso e montar um pára-vento gigante: “É muito ventoso.”