Era um valor para “lavar a cara” ao Bolhão, dizia Rui Rio em dezembro de 2012, sobre a verba de 735 mil euros que o orçamento de 2013 destinava para “retirar os andaimes e escoras, dar uma pintadela e fazer pequenos arranjos” no mercado portuense.

No entanto, esta sexta-feira, a Câmara do Porto (CMP) emitiu um comunicado em que informa que não vai proceder às obras em questão, tendo em conta as diferentes ideias que os vários candidatos à autarquia já admitiram ter para o espaço, caso sejam eleitos nas votações autárquicas de setembro.

“À ideia de fazer um pequeno arranjo no Bolhão e aguardar por um maior dinamismo da economia portuguesa que ajude a assegurar as pesadas obras de reabilitação e a rendibilidade futura desse investimento, contrapõem os três principais candidatos a certeza de uma completa reabilitação já no próximo mandato autárquico (2013-2017)”, diz o comunicado.

O JPN já tinha dado conta, noutras ocasiões, dessas mesmas intenções, nomeadamente, dos candidatos Luís Filipe Menezes e Manuel Pizarro.

Por isso, continua a posição oficial da CMP, “o atual Executivo entende que, neste enquadramento, o dispêndio dos 700.000 euros previsto para este ano de 2013 seria sempre um desperdício de dinheiro público, porquanto, seja qual for o resultado eleitoral – de forma mais célere ou de forma mais ponderada – qualquer resultado eleitoral ditará sempre um novo investimento no Bolhão, ou seja, a destruição de tudo aquilo que agora lá pudesse ser feito pelo Executivo em funções”.

É nesta lógica de estratégia económica que Rui Rio prefere passar a pasta a qualquer que seja o seu sucessor. “O não dispêndio deste montante em 2013 levará a que ele transite para o exercício orçamental de 2014 como saldo disponível transitado, pudendo esta verba ser, assim, posteriormente, aplicada no mesmo Mercado do Bolhão e aliviando um pouco o pesado investimento que o próximo Executivo se propõe fazer”, conclui o comunicado.