Kaiser Chiefs entraram em palco e o recinto do Super Bock Super Rock (SBSR) transformou-se: à primeira luz dos holofotes gigantes, a plateia comprimiu, elevou os braços e gritou em jeito de receção. Ricky Wilson, em casa, como ele próprio diz, deu o espetáculo de sempre, que parece sempre melhor.

Começaram com “Everything is Average Nowadays” mas mostraram que, de facto, average, ou mediano, em português, é o que a banda já não é há muito tempo. Depois de temas como “Ruby”, “Oh My God” ou “Modern Way”, não houve uma “Angry Mob” mas uma plateia que simplesmente não conseguia parar de corresponder à energia da banda britânica. “Eu não falo bem português, mas se falasse diria de forma eloquente o quão magníficos vocês são”, disse o vocalista.

No fim, depois de um encore poderoso, as pernas começavam a fraquejar, mas ainda havia The Killers para ver. Adivinhava-se, de facto, um concerto notável, mas foi muito mais do que isso.

Não chegava o encore com fogo-de-artifício: ainda faltava Mr. Brightside

Desde “Somebody Told Me” ou “Spaceman” a músicas do mais recente “Battle Born”, como “Miss Atomic Bomb”, não havia letra que a maioria não soubesse entoar. “Smile Like You Mean It” foi um dos pontos altos da festa, que se compôs com elaborados jogos de luzes, lasers, confetti e até pirotecnia, que encerrou o encore do concerto e ainda antecipou aquilo que o público “mais queria” da banda: “Mr. Brightside”.

Um final esperado, que deixou quem os via com sensação de satisfação total, num concerto que explicou por que é que são dignos de estádios e por que é que esta é a segunda vez que os vemos no palco principal do SBSR.

28 mil pessoas num recinto composto

A plateia parecia rarefeita no início, mas, à medida que a noite foi avançando, o palco principal conheceu as 28 mil pessoas que ontem estiveram no recinto do SBSR. Os primeiros acordes do palco principal pertenceram a Black Rebel Motorcycle Club.

Os californianos estiveram à altura da tarefa, com a característica atitude “rockeira”, mesmo que o público nem sempre tenha correspondido, ainda inebriado pela luz do dia. Também Tomahawk, logo de seguida, que ainda assim não conseguiram cativar quem lá estava para ver Kaiser Chiefs.

Boas críticas também se ouviram ao concerto de Samuel Úria, “um dos melhores do segundo dia”.