A romaria e o calor em Paredes de Coura prometem continuar, ou não fossem os festivaleiros presenteados com a abertura dos palcos Jazz na Relva e JN Bandas para uma tarde repleta de concertos. Naco, Grandfather House e Wild Apes animaram o serão e ajudaram a esquecer, ainda que por breves momentos, o calor que se fazia sentir.

Mas o melhor e o pior ainda estavam para vir. Até à entrada dos The Vaccines pouco se dava pela presença do público. A banda começou à hora marcada e aos poucos foi despertando reações fervorosas nos festivaleiros. A audiência, que até ao momento permanecia sentada, colocou-se de pé para aplaudir e cantar em uníssono músicas como “Post Break-up sex” e “Always knew”, bem conhecidas dos fãs.

João Castelo e Teresa Gouveia aguardavam “ansiosamente pela atuação dos Hot Chip”, a banda que se seguia, mas não se fizeram de esquisitos e, com os braços no ar e olhos cerrados, renderam-se ao coro improvisado para entoar “Wreckin’ Bar”, dos The Vaccines. O casal, que pelo terceiro ano consecutivo faz o percurso Évora / Paredes de Coura, conta ao JPN que, “enquanto houver verdadeira música de qualidade num ambiente festivaleiro como o de Paredes de Coura, a motivação é mais que suficiente para continuar a repetir a viagem”.

Quem também continua a repetir a viagem aos palcos nacionais são os Hot Chip. A banda londrina marcou presença no terceiro dia do festival para enfrentar uma audiência numerosa e sedenta por um grande espetáculo. Os momentos altos ao som das músicas “One life stand”, “Over and Over” e “Ready For The Floor”, fizeram da banda inglesa os “homens da noite”.

The Knife, um mau presságio na abertura do palco principal

“Quando dançamos juntos movemos a terra”. Foi com esta frase que os The Knife se apresentaram em terras minhotas, para o concerto mais aguardado do terceiro dia do festival. A interação exagerada no início da atuação aguçou as expectativas de um público que chegou ao fim insatisfeito com a performance da dupla sueca.

Durante uma hora a banda encheu o palco principal de música eletrónica, numa atuação colorida por coreografias desconcertantes, sons pré-gravados e pouco mais. “Não surpreendeu, desiludiu”, referiu ao JPN Pedro Moreira, um dos festivaleiros que, a par de outros, mostrava o seu descontentamento no final do concerto.

Mas foi pelas músicas dos Everything Everything que o palco mais apetecido do festival teve a sua estreia. Num estilo eclético e dinâmico, o grupo britânico apresentou aos festivaleiros que se acomodavam no anfiteatro natural, uma combinação de um rock alternativo com influências pop. Já os australianos Jagwar Ma, que dividiam as atenções do público com os Veronica Falls que atuavam no palco secundário da Vodafone, trouxeram ao recinto principal o seu primeiro álbum, “Howlin”. Uma combinação de música pop, rock, eletrónica, e uma dose moderada de psicadelismo.