Chegámos ao Urban Cicle Café, no Porto. Estacionaríamos a bicicleta, se a tivéssemos. Impressionados, talvez consideremos a hipótese. Vemo-las suspensas no ar, mesas e cadeiras na esplanada… Ficámos confusos: será um café cujos donos não passam sem a bicla? Será uma loja que serve cafés?

Esta concept store de ciclismo urbano, acabada de abrir no recentemente renovado Mercado Bom Sucesso, é tudo isto e ainda é uma oficina. “É o primeiro bike café do Porto”, garante Pedro, em conversa, ao P3. No convite para a inauguração podemos ler que se propõem a “aproximar os que partilham o gosto pelo ciclismo urbano, pelas bicicletas ou simplesmente pelas vivências diárias do novo urbanismo portuense”.

Como? Conjugando o espaço da oficina, fabrico e personalização de bicicletas com um menu recheado de opções saudáveis. Ou não, porque ouvimos dizer que os petiscos tradicionais e a grande variedade de pão são também pontos fortes da casa. A arquitetura do espaço ficou a cargo de Daniela Macedo, a outra proprietária.

Médico anestesista, função que continua a exercer, Pedro falou-nos da paixão, que é antiga: “Desde miúdo que montava e desmontava bicicletas”. A única loja que tinha até agora situava-se na zona industrial, a Easy Cicle.

Preços das Bicicletas

Preço base: 225 euros
Personalizadas desde 400 euros
Elétricas desde 1200 euros

Partilha de bicicletas

“O objetivo é que as pessoas possam trazer a bicicleta e ficar”, continua. Pretendem o efeito sala de estar, até porque há wi-fi à borla. E é a pensar nos dias longos de verão que o brunch ali se serve até as 15h. Às sextas-feiras e aos sábados também têm horário de funcionamento alargado, até às 23h.

Para Pedro e Daniela, o próximo passo é ultimar os preparativos para a apresentação de uma proposta de “partilha de bicicletas” na cidade. Esta, passa pelo desenvolvimento de tecnologia e software nesse domínio. Propõem integrar o serviço na restante rede de transportes públicos, de maneira a que os percursos se complementem entre os vários meios de transporte. E é com esse espírito que “o comércio local e a cultura de proximidade saem muito favorecidos”, acrescenta.

Daniela e Pedro querem apostar na produção nacional. As empresas do setor que, tendo atingido o seu auge nos anos 90, estavam agora em franca decadência, não passaram despercebidas a esta dupla. “Só importamos mesmo o que não conseguimos arranjar cá. Sempre quis ter uma marca própria e 80% do que aqui podem ver é produto desse esforço”. As exportações também são uma parte importante do negócio. E ainda disponibilizam o serviço “Rent-a-Bike”, tanto ali como em frente à praia de Matosinhos e perto do túnel de Ceuta.