“Está aqui uma gestão que deu muito mais trabalho do que possam imaginar” e que exigiu “mão de ferro”. Esta foi uma das principais afirmações de Rui Rio, esta segunda-feira, naquela que representou a última sessão na Assembleia Municipal do ainda presidente da Câmara do Porto (CMP).

O objetivo era fazer um balanço dos 12 anos que Rio passou à frente da autarquia, ao longo de três mandatos consecutivos. Tendo em conta a boa fama que granjeou no capítulo financeiro, foi nesse aspeto que, inicialmente, a sessão se focou.

Dívida a diminuir e empresas municipais cumpridoras

Apesar de a Câmara do Porto ainda apresentar dívida – 100,7 milhões de euros -, esta foi diminuindo ao longo dos mandatos de Rui Rio. O autarca fez questão de referir ainda que nenhuma das empresas municipais – Águas do Porto, Domus Social, GOP e Porto Lazer – deve o que quer que seja aos bancos.

Para controlar essa pasta, muito contribuiu a gestão dos recursos humanos. “Houve uma redução brutal do número de colaboradores da Câmara”, realçou Rui Rio. Os números divulgados apontam para a saída de 875 trabalhadores, entre 2002 e junho deste ano, fixando, atualmente, em 2.556 os funcionários camarários. Ainda assim, segundo o autarca, “a Câmara presta hoje um melhor serviço do que aquilo que prestava há 15 anos”, prova de que “é possível pelo menos fazer o mesmo com muito menos trabalhadores”.

Rui Rio destacou, também, o facto de, hoje, a Câmara do Porto ter “mais a receber do que aquilo que tem a pagar no curto prazo”, muito devido a “disponibilidades financeiras de 15 milhões [de euros]”. Em jeito de projeção do futuro, o presidente da CMP disse que “é possível, naturalmente numa Câmara mais do que no país, pôr as contas em ordem e, ao mesmo tempo, fazer obra. Para fazer obra não é preciso ter uma política diferente desta”.

Agora que se despede da liderança da autarquia, Rui Rio quis deixar patente uma mensagem que, segundo o próprio, é baseada em factos: “A transformação que a cidade do Porto teve desde o fim do século XX até hoje é efetivamente brutal. Não há na história da cidade nenhum momento em que, em 14 ou 15 anos, tenha tido uma transformação destas. Nunca a cidade mudou tanto”.