O Núcleo de Educação Artística do Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade (I2ADS – NEA), da Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto apresenta, em colaboração com o Cineclube do Porto, um ciclo de cinema documental.

Projeto SAAL

“O Serviço Ambulatório de Apoio Local (SAAL) foi um programa estatal, lançado durante o I Governo Provisório, que, entre 1974 e 76, desenvolveu por todo o país ações de renovação urbana destinadas a mitigar as graves carências habitacionais de que as classes populares da sociedade portuguesa padeciam. […] Nenhuma operação SAAL era iniciada sem que fosse apresentada junto das autarquias a expressão organizada da vontade popular. […] Os residentes escolhiam os seus representantes nas “brigadas”, grupos de trabalho que integravam técnicos sociais, engenheiros, arquitetos e populares das zonas de intervenção. (…) Ao longo da sua existência fugaz, o SAAL catalisou diversas experiências de participação e activismo comunitário, dinamizadas a partir dos processos de realojamento”. in O Processo SAAL e a Arquitectura no 25 de Abril de 1974

O tema central é o Projeto SAAL em Portugal, sobre o qual se pretende “lançar um olhar reflexivo”, explica a organização em comunicado. As sessões, que contam com um espaço de debate e comentário no final (à excepção da primeira) e começam às 21h30, decorrem no Auditório da Faculdade de Belas Artes (FBAUP).

Do programa fazem parte três documentários, a ser exibidos a 27 de setembro e 4 e 11 de outubro. O primeiro, com argumento de António da Cunha Telles, chama-se “Continuar a Viver ou Os Índios da Meia-Praia” e debruça-se sobre uma comunidade piscatória próxima de Lagos, que “vive com o 25 de Abril de 1974 uma experiência original e exemplar”.

O segundo, exibido a 4 de outubro, chama-se “Paredes Meias” e é de Pedro Mesquita. O documentário passa-se no Bairro Bouça, no Porto, “um projecto de habitação económica situado no Porto, da autoria de Álvaro Siza Vieira, cuja construção iniciou-se em meados dos anos 70 e que apenas recentemente foi concluído. Já no dia 11, o ciclo brinda-nos com três obras: “Porto, 1975”, de Filipa César; “As Brigadas do SAAL”, de Catarina Alves Costa e “Meninos Ciganos”, de Manuela Bacelar.

A iniciativa surgiu no âmbito do projeto “Bridging fissures, building engagement – Intervenção Participada na Cidade”. A entrada é livre.