Já tinha reparado que o colega de escritório anda mais bem disposto ou que o amigo com que partilha a casa está a passar mais horas online? O motivo pode ser o mesmo. Já ouviu falar no “Bate no Político?”. É um jogo online, humorístico e gratuito, que nasceu de “uma parvoíce a meio de um brainstorming” e permite “espancar” figuras da política nacional recorrendo a bacalhaus ou ao Memorando da Troika.

A ideia é de Tiago Sarsfield e António Bettencourt, com 30 anos, sócios da empresa “Wise Gadjet” – fundada num laivo de empreendedorismo – e amigos de longa data. Já conhecidos pela plataforma de descontos culturais, a “Cupão Cultura”, decidiram continuar a “investir em projetos” com uma equipa “maior e multifacetada”.

A equipa

A equipa, “fantástica e multifacetada”, como descreve António, é composta por uma webdesigner, Ana Silva; um programador, Jorge Pinho; e uma ilustradora, Ana Reis; para além dos dois sócios. Foi constituída recorrendo ao círculo de amigos: uns “estavam à procura de emprego” e outros “em empregos precários”. António nem sequer mora em Portugal, já trabalha há alguns anos em Madrid. “Fiz-me à vida”, conta. Acreditavam que era uma “ideia partilhável nas redes sociais” mas nunca esperaram pelo feedback que têm recebido.

Jogo contabiliza milhares de acessos por dia

O “Bate no Político” foi o passo seguinte. “Queríamos fazer algo completamente diferente, com piada, e pensámos em jogos virais, algo que se espalhasse rapidamente e fosse fácil de concretizar”, conta António, em entrevista ao JPN. De facto, com apenas duas semanas online, o jogo já recebe milhares de visitas diariamente e já assistiu a 12 mil ‘espancamentos’. Na passada segunda-feira, contabilizou quatro mil acessos.

As regras são muito simples: escolher uma vítima – do leque de opções fazem parte “Seguro”, “Passos” e “Cavaco” -, escolher uma arma e “soltar a fúria”. As armas disponíveis vão desde o típico bacalhau – a arma mais escolhida -, ao Memorando da Troika, passando pelo camarada – uma caricatura de Jerónimo de Sousa, de foice em punho. Depois, é só escolher que lado da cara do político prefere esbofetear.

Passos Coelho é a vítima mais popular

Isto “é um jogo humorístico e espero que nenhum dos visados leve a mal, porque é uma brincadeira”, diz António. “Fizemos uma piada com o camarada, por exemplo, porque os comunistas portugueses estão sempre prontos para colocar mãos à obra e ir à luta”. O objetivo é divertir e “aliviar o stress” de quem anda mais atormentado com a crise.

O ‘saco de pancada’ mais comum é Passos Coelho, que já foi esbofeteado por mais de cinco mil pessoas. Segue-se Cavaco, que ultrapassa as 3500 e Seguro, do Partido Socialista, que está quase a chegar às três mil. Enquanto isso, vão soltando algumas frases características: “A culpa é do Socras” ou “Quase não ganho para comer”.

As próximas vítimas, garante António, serão “Socras” e “Portas”. Já as armas, imagine-se: um canudo e um submarino.