Estão concluídas as primeiras pinturas de um projeto criado pela Câmara do Porto (CMP) que procura ilustrar, em alguns espaços públicos e paredes da cidade, a imagem do que eles eram há várias décadas atrás. Segundo um comunicado divulgado pela autarquia, o objetivo é “separar o trigo do joio, limpando o que é lixo e procurando fomentar o gosto e o orgulho pelo Património e pela História da cidade do Porto”.

Com esta afirmação, a Câmara do Porto refere-se, claramente, aos grafitos espalhado pela cidade, ideia reiterada no seguinte excerto: “Com a ação de limpeza de grafitos que a autarquia tem vindo a efetuar por toda a cidade com a colaboração – em regime de voluntariado – de estudantes universitários e elementos do Exército, e com o licenciamento organizado ao abrigo da nova lei de pinturas com qualidade que a CMP passa a permitir, estão criadas todas as condições para uma cidade cada vez mais limpa e disciplinada”.

Hazul e a “campanha anti-graffiti”

Poucos dias antes de ser escolhido o sucessor de Rui Rio, na Câmara do Porto, Hazul falou, em entrevista, sobre a alegada “campanha anti-graffiti” do, naquela altura, ainda presidente da autarquia.

Importa referir que esta iniciativa pertence ainda ao Executivo liderado por Rui Rio, que a elaborou para “reproduzir, em alguns espaços públicos e paredes da cidade, pinturas ilustrativas de fotos antigas relacionadas com locais históricos e edifícios emblemáticos do Porto, alguns dos quais já inexistentes – um contributo para a preservação da memória histórica, patrimonial e coletiva da Invicta”, pode ler-se.

“Porto Desaparecido” ajuda o Porto a aparecer

Uma parede na Rua de Agramonte foi a primeira a ser pintada e assinala o início do projeto. Quem, agora, passar por aquela zona pode ver ilustrações, por exemplo, das antigas capela e fonte do Bom Sucesso, da praça de touros que, em tempos, existiu na Rotunda da Boavista, ou até do antigo Mercado do Bom Sucesso.

Entretanto, já começaram os preparativos para a pintura do segundo mural, localizado na Boavista, perto da Avenida de França. Para este processo de escolha de locais que sirvam de “tela” para as ilustrações, mas também para sugerir temas dignos de representação, o projeto conta com a colaboração de Manuel de Sousa, responsável pela página “Porto Desaparecido“.