Ainda não tem designação definitiva nem é oficial, mas o “Erasmus luso-espanhol” é uma realidade cada vez mais próxima. A ideia é das universidades públicas do Norte de Portugal – do Porto (UP), Minho (UM) e de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) – em conjunto com as congéneres espanholas – de Vigo, Santiago de Compostela e da Corunha.

Alargamento à Resoe

Estará ainda previsto o alargamento do programa de mobilidade luso-espanhol à região de Castela e Leão, com a adesão da Universidade de Salamanca, que atualmente já é um destino muito procurado por estudantes portugueses. Uma forma de relançar a macro-região do Sudoeste Europeu (Resoe), que integra também Castela e Leão, idealizada em setembro de 2010.

O projeto, que pretende reforçar relações entre as regiões do norte do país e as espanholas Galiza, Castela e Leão, terá surgido de conversações entre o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN), Emídio Gomes, e o presidente da Junta da Galiza, Alberto Nuñez Feijóo, em Bruxelas, durante a 11.ª Semana Europeia das Cidades e Regiões, conta o jornal Público.

Dirigido a alunos de licenciatura e mestrado – nas seis universidades, ao todo, ultrapassam os 70 mil -, seria um programa exclusivo de mobilidade e intercâmbio entre as universidades envolvidas. Numa fase posterior, a Universidade de Salamanca pode também vir a fazer parte da lista.

Em falta está o financiamento e a possibilidade de empréstimos aos jovens por isso, as instituições procuram agora uma instituição bancária que se pretenda associar à ideia. É que a maior meta é tornar este programa mais democrático que o atual Erasmus, no qual muitos estudantes não participam por falta de condições financeiras.

“A construção de uma euro-região tem de descer à base social, às pessoas. A mobilidade da comunidade jovem universitária pode ser uma semente germinadora do nosso futuro comum. Temos de ter uma base social forte, com afinidades e trocas intensas e naturais, e uma opinião pública verdadeiramente comum. Por isso, esta ideia é entusiasmante”, disse o gabinete de Emídio Gomes, numa nota enviada ao mesmo jornal. José Marques dos Santos, reitor da Universidade do Porto, também já demonstrou o seu apoio à iniciativa e garante que esta não seria boa apenas para o norte, mas para todo o país.