“Propus-me abrir as portas do Cinema Batalha e torná-lo num estaleiro de construção coletiva capaz de repensar as imagens em movimento e a nossa relação com a memória e a poética do cinema”. É assim que João Sousa Cardoso descreve a exposição “Ronda da Noite” – e o filme que resultou da sua construção, “Quarteto” – que ocuparam o Batalha nos últimos dias e agora se preparam para o reavivar enquanto cinema.

E se “Ronda da Noite” é “uma exposição que transfigura o espaço físico do Cinema Batalha, proporcionando a experiência da travessia dum labirinto de escuridão e de luz” e que convida “o visitante a um olhar renovado sobre este lugar julgado conhecido”, “Quarteto” é “um filme intempestivo, rodado in situ e coincidente com a montagem da exposição no breve intervalo de um mês”.

Tem o texto de Heiner Müller como ponto de partida e , interpretado por dois atores, “testemunha também a experiência humana, política e criativa que pode ser a construção de um filme nos dias que correm e da palavra que renasce onde até então pulsavam a morte e o esquecimento”, explica o autor. Dele, fazem parte personalidades como Manoel de Oliveira, que fala sobre cinema; os Mareantes do Douro, que atuam na cena final; Bragança de Miranda e Regina Guimarães.

A estreia está marcada para este sábado, dia 9, às 22h, e “assinala a reabertura, por uma noite, do Cinema Batalha enquanto cinema”. A exposição ainda pode ser visitada, das 17h às 23h.