Até 9 de dezembro, basta dar um saltinho até à Casa-Museu Abel Salazar (CMAS) para apreciar, de uma vez só, o trabalho de cinco fotógrafos europeus: Eva Bergenwall (Suécia), Aníbal Lemos (Portugal), David Manley (Inglaterra), Adela Miencilova (República Checa) e Eric Tistounet (França).

A exposição, “Fábrica de Fotografia“, reúne trabalhos que integram questões acerca do posicionamento europeu e o que significa fazer parte da Europa. Comissariada por David Manley, foi a primeira de cinco exposições previstas do Harrington Mill Studios, um estúdio coletivo de artistas sediado numa antiga fábrica de têxteis em Nottingham, no Reino Unido.

“Todos os trabalhos aqui mostrados compartilham particularidades. Em primeiro lugar, há uma visão individual que afirma o nosso lugar no tempo e espaço, para, de seguida dar lugar a abundantes referências oblíquas nas preocupações sobre o meio ambiente”, explica o curador.

Os artistas

Eva Bergenwall é uma pintora e fotógrafa sedeada em Gotland, Suécia. Residiu cinco anos em Granada, Espanha, nos finais dos anos de 1990 e tem exposto regularmente no seu país de origem, sendo que a sua mais recente exposição individual teve lugar no Konstmuseum de Gotland no início deste ano.

Já o português Aníbal Lemos vive e trabalha em Salreu, Portugal, onde nasceu em 1951. Doutorado pela Universidade de Derby, em 2006, expõe amplamente em Portugal, França, Brasil e EUA.

O inglês David Manley é recente no mundo da fotografia, ainda que a tenha usado no seu trabalho como pintor, durante muitos anos. Começou a fazer trabalhos fotográficos na última década e completou um curso de Mestrado em 2010. A sua obra fotográfica tem uma vasta seleção de temas, que incluem paisagem e história.

Vinda na República Checa, Adela Miencilova tira fotografias e escreve poesia, sendo que o simbolismo e o abstrato são partes fundamentais do seu estilo. Já os temas mais recorrentes são as questões da saúde mental, da expressão da emoção e da representação do “eu”.

Por fim, Eric Tistounet, francês, que trabalha exclusivamente com uma aplicação para blackberry e, por princípio, nenhuma das suas fotografias é editada ou manipulada. “Usa a câmara como uma extensão dos seus olhos (…) e não usa máquina ou objetivas mais sofisticadas porque acha que a Arte está omnipresente e requer apenas ouvidos, olhos e coração (dispensamos o cérebro)”, lê-se, na apresentação do seu trabalho. Também escritor, vive atualmente em Genebra, na Suíça. Nos últimos 30 anos trabalhou na área dos Direitos Humanos e atualiza constantemente com fotografias o seu perfil nas redes sociais.