“Imagina que o teu cão te pode dizer o que está a pensar”, começa o vídeo de apresentação de “No More Woof”, o primeiro aparelho que pode vir a “traduzir pensamentos de cães em linguagem humana”. Desenvolvido pela “Nordic Society for Invention and Discovery”, o aparelho aplica tecnologias já existentes numa nova área de investigação. Tudo para que as pessoas possam saber exatamente quando os cães estão cansados, com fome ou felizes.

Este é um projeto em desenvolvimento: ainda não há resultados práticos, daí que a empresa nórdica esteja à procura de financiamento para a investigação. Para tal, criaram uma campanha de crowdfunding na plataforma Indiegogo, onde pedem dez mil dólares (cerca de sete mil e 300 euros). Online desde 16 de dezembro, a campanha já angariou mais do que o valor inicialmente solicitado – e só termina a 14 de fevereiro de 2014. É possível contribuir a partir de cinco dólares e até 600.

A empresa assegura que o “No More Woof“, semelhante a uns auscultadores, é “totalmente não invasivo” e selado com uma capa de plástico rígido. “Nenhum animal alguma vez foi ou será maltratado ou exposto a riscos durante as nossas experiências”, garante, na página do projeto. Aliás, os cães participantes são os próprios animais de estimação dos membros da equipa.

“Quem és tu?”

A trabalhar neste gadget inovador há mais de seis meses, os investigadores lidam com várias áreas tecnológicas diferentes, por forma a mapearem o funcionamento do cérebro dos cães. Um altifalante tornará possível – dentro de poucos anos, espera a equipa – que os pensamentos dos animais se traduzam em linguagem humana.

Entre os padrões de pensamento já identificados, “Estou cansado”, “Tenho fome” e “Quem és tu?” são os que refletem uma atividade cerebral mais intensa. Mas como o cérebro dos cães funciona de maneira diferente do dos humanos, estes padrões são “mais um estado mental do que um pensamento, embora a diferença entre estas duas coisas seja uma questão filosófica interessante”.

A “Nordic Society for Invention and Discovery” é uma pequena empresa escandinava com uma forte componente de laboratório, responsável pelo desenvolvimento de produtos como a iRock (uma cadeira de baloiço que carrega o iPad) ou a Fly Lamp (uma lâmpada que paira e nos segue para todo o lado). O objetivo é sempre o mesmo: “encontrar, inventar e desenvolver produtos novos e incríveis com o potencial de mudar o mundo”.