“Trabalhei neste conjunto cerca de dois meses”, conta ao P3, enquanto fazia parte, também, da equipa do filme “Uma Aventura LEGO” (estreia em Portugal em fevereiro).

O “set” inclui seis figuras (Homer, Marge, Lisa, Bart, Maggie e Ned Flanders), o carro cor-de-rosa e centenas de pequenos acessórios, além da própria casa. A parte favorita do designer do Porto? “O quarto do Bart Simpson”, com um candeeiro feito com uma peça desenhada, originalmente, para ser uma salsicha de cachorro.

Trabalhar na LEGO como designer era um sonho que já crescia desde que Marcos era criança. OK, não é nada de especial, já que muitas crianças, jovens ou adultos sonham o mesmo. A diferença na história deste engenheiro portuense é o final: super feliz.

Em 2010, conseguiu o (seu) emprego de sonho

Foi aos 18 anos que deu o primeiro passo para se tornar num AFOL (Adult Fan of LEGO), ao optar por gastar “todo o dinheiro que tinha reunido”, durante meses, para comprar um smartphone, em conjuntos LEGO. Nos três anos que se seguiram desempenhou um papel “bastante ativo” na Comunidade 0937, uma das comunidades de fãs de tijolos coloridos em Portugal.

Estávamos no verão de 2010 e Marcos Bessa nem pensou duas vezes quando soube que a empresa estava a recrutar novos designers: decidiu arriscar e enviar uma candidatura, juntamente com um “portefólio preenchido, sobretudo, com criações LEGO”. Isto apesar de ser engenheiro informático e de computação, com o curso tirado na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).

Foi o único português a ser chamado para a segunda fase de seleção, um workshop na sede da empresa, em Billund, na Dinamarca: saiu-se bem e ficou entre os 10 felizardos que conseguiram um lugar.

Simpsons chegam a Portugal em fevereiro

Hoje, o relato do seu dia-a-dia pode fazer inveja a muita gente. Na maioria das vezes, o trabalho de Marcos “resume-se a construir com LEGO”, na sua secretária, “horas e horas a fio…”. Caso faltem peças no seu gabinete tem o luxo de se poder dirigir a uma sala, no mesmo edifício, “onde estão disponíveis – aí sim – todas as peças”.

Ainda que muitos dos conjuntos que cria “não verem a luz do dia”, não foi o caso do último. Dedicado à série The Simpsons, que em 2014 celebra o 25.º aniversário, já é um sucesso e o processo nem sequer foi muito complicado: bastou rever episódios da série e, com mais dois colegas, pôr mãos à obra [vídeo]. “À venda em Portugal a partir de fevereiro, a casa dos Simpsons deverá custar à volta de 200 euros.