Se é homem e gosta de sair para beber uns copos com os amigos, duas notas: faz bem e já tem desculpa. É que um estudo levado a cabo pelo Medical Research Council (MRC), no Reino Unido, pela concluiu que ir com os amigos até um bar melhora a saúde mental do sexo masculino. Aliás, basta a partilha de uma rodada para que se sintam mais confiantes e até discutam os seus sentimentos.
“É impressionante como o ato de beber um copo faz com que os homens se tornem mais comunicativos e se comportem de uma forma alternativa, que, por norma, não está associada à sua masculinidade”, explica Carol Emslie, líder da investigação, em entrevista ao Daily Mail.
A investigação centrou-se na análise de 22 indivíduos do sexo masculino, com idades entre os 28 e os 52 anos, oriundos do oeste da Escócia. A cada um deles foi feito um inquérito sobre hábitos de convívio e os resultados surpreenderam os especialistas: “Nós não perguntamos nada sobre saúde mental, foram eles quem o mencionou”, explica a investigadora. “Um dos homens disse mesmo que ir a um pub é uma óptima oportunidade para aqueles que não estão habituados a falar do que sentem o fazerem sob a influência do álcool”.
“É preciso lembrar que beber não trás só coisas más”
Discutir preocupações, medos, desejos, ambições e até sentimentos tem, sem dúvida, “um efeito positivo na saúde mental” dos homens. No entanto, esta não deve ser conseguida em troca do detrimento da saúde física: “Beber em conjunto pode ter efeitos positivos nos homens, em termos de relacionamentos, de apoio e de entreajuda, desde que isso não seja à custa de um fígado danificado ou de outros problemas de saúde”, afirma Evelyn Gillan, reponsável pela associação Alcohol Focus Scotland.
Sem esquecer que estão em causa bebidas alcoólicas, não se deve exagerar no seu consumo – uma situação relatada por vários homens e potenciada em grande escala pelas habituais “rodadas”. “É um equilíbrio muito delicado”, refere Emslie, mas “é preciso lembrar que beber não trás só coisas más: é um momento de prazer, um ato sociável e edificante para as amizades, capaz de enaltecer a preocupação e a amizade que liga os amigos”, conclui.
Os resultados foram publicados na Health Psychology e Carol Emslie espera que proporcionem novos avanços no combate ao consumo prejudicial de álcool, ao mesmo tempo que ajude a compreender os efeitos mais positivos do mesmo.