O Fantasporto, apesar de já estar na casa dos 30, parece manter o espírito jovem e, nesta 34.ª edição, arrancou com filmes bastante atuais.

Na abertura do festival, Beatriz Pacheco Pereira afirmou que o Fantas “está vivo, rejuvenescido e com cada vez mais amplo reconhecimento internacional”. No entanto, a diretora e fundadora não deixou de lamentar a falta de apoios e patrocinadores para a Cultura e para os independentes, acrescentando que “o Fantasporto está cada vez mais nas mãos do seu público, da sua cidade, da sua autarquia e do Estado”.

Filmes de terror a preços pouco “assustadores”

Esta sexta-feira, no primeiro dia do festival, a casa esteve cheia e, apesar de o serão ser marcado por filmes de terror, o preço do bilhete não pareceu assustar a audiência. Fabiana já costuma vir ao Fantas e acha que o preço “é acessível, tendo em conta que no cinema normal paga-se mais. Para ver um filme que se calhar nunca saiu cá este valor é muito bom”. Nesta edição, os preços dos bilhetes variam entre os quatro e seis euros, mas este ano o festival já proporcionou bilhetes especiais low-cost que podem ser adquiridos nas bilheteiras do Rivoli.

O Fantasporto continua a marcar a diferença pelo cartaz e, para Fabiana, fã de “O Feiticeiro de Oz”, é isso mesmo que cativa: “Por ser um festival, não tem tantos filmes comerciais e tem mais variedade para chegar a pessoas alternativas”. Conhecido por apresentar filmes que, por norma, não estão disponíveis para qualquer pessoa que se destacam pelo selo de qualidade, este fator continua a trazer ao Porto um “público de classe A”.

Os “Super-poderes dos vampiros” vs “A magia do Feiticeiro”?

A escolha de “Vampire Academy” marcou a diferença na sessão de abertura do Fantas, por ter um estilo mais comercial do que é comum no festival. O filme realizado por Mark Waters conta a história de Rose Hathaway, meio-vampira, meio-humana, em formação na Academia St. Vladimir, para vir a ser guardiã, com muitos outros candidatos.

Este mundo dos vampiros também é dominado por bons e maus que coexistem e lutam pela sua sobrevivência. Os Moroi vivem pacificamente com os humanos e só tomam sangue de dadores. Os Strigoi fazem parte do lado mais negro dos vampiros, sendo capazes de atacar humanos e de lhes sugar o sangue até à morte.

Informações adicionais

O pequeno auditório do Rivoli recebeu dois filmes: a antestreia mundial de “La Casa del Fin de Los Tiempos”, de Alejandro Hidalgo, e “Industry Screenings”.

Este ano, o Fantasporto conta com 34 países participantes, mais de 130 filmes inéditos em Portugal e 92 sessões de cinema. Números grandes, anunciados pela diretora do festival e que fazem jus à experiência e longevidade daquele que já foi considerado o melhor evento de cinema português.

Rose é treinada para proteger os Moroi e matar os Strigoi. A ligação forte que mantém com a Princesa Lissy vai obrigá-la a correr alguns riscos e a pôr, inclusive, a sua própria vida em risco para tornar-se uma boa guardiã e salvar a amiga.

O filme, apesar de girar à volta de factos que já marcaram outras histórias do género, marcou a diferença pelo sentido do humor das personagens e dinamismo das falas, desviando-se do drama que tem vindo a ser habitual neste tipo de filmes. “Vampire Academy” conseguiu prender e divertir a audiência, tendo em conta as gargalhadas ouvidas durante a sessão e os bons comentários no final. João veio pela primeira vez ao Fantasporto, mas vai voltar para a próxima, provavelmente: “Gostei muito do que vi neste filme. Costumo acompanhar a obra deste realizador e gostei muito de o ver aqui”.

Mas e se os vampiros surpreenderam com os seus super-poderes, “O Feiticeiro de Oz” não quis ficar para trás e “enfeitiçou” a plateia. Numa homenagem a Victor Fleming, o Fantasporto proporcionou a versão restaurada do filme, que conta a história de Dorothy, uma menina levada por um tornado no Kansas para a terra fantástica de Oz, onde habitam bruxas, leões, espantalhos falantes e um mágico que vai deixar a jovem boquiaberta.

Com a participação de Judy Garland, Frank Morgan, Ray Bolger, Jack Haley, Bert Lahr, Billie Burke e Margaret Hamilton, a história estreada há 75 anos continua a surpreender e a encantar a audiência, como foi o caso desta que se deslocou até ao Rivoli para poder ver os 101 minutos de película.