O presidente da Comissão Europeia confirmou, esta sexta-feira, no congresso do Partido Popular Europeu, que não se irá recandidatar ao cargo em outubro. O JPN foi para a rua saber se Durão Barroso faz mais falta em Portugal.

Durão Barroso confirmou que não haverá um terceiro mandato à frente do executivo europeu. Após dez anos a assumir o cargo, o político português afirmou, em declarações à Lusa, à chegada ao congresso do Partido Popular Europeu, em Dublin, que a continuidade “está fora de questão”.

Durante os dois mandatos, Barroso disse que esteve num cargo “extremamente duro e difícil”, uma vez que “foram cinco anos de crise como nunca tinha acontecido”, acreditando que “o bom senso manda que a pessoa, ao fim de algum tempo, faça outra coisa”.

Perfil de Durão Barroso

José Manuel Durão Barroso tem 57 anos. Em Portugal, foi sub-secretário do Ministério dos Assuntos Internos, em 1985, e ministro dos Negócios Estrangeiros, em 1992. Entre 2002 e 2004, ocupou o cargo de primeiro-ministro da República Portuguesa. Foi eleito em 2004 para presidente da Comissão Europeia, sendo assim o 11.º presidente da Comissão e o primeiro português a ocupar o cargo.

Pedro Passos Coelho põe hipótese de Durão Barroso ocupar outro cargo europeu

O primeiro-ministro sugeriu a Durão Barroso a candidatura para algum cargo europeu, devido à sua vasta experiência ao longo de dez anos como presidente da Comissão Europeia.

“Estou seguro que o seu caráter foi essencial para o reforço das nossas instituições europeias e desta nova era em que estamos a entrar”, referiu Passos Coelho. “Não é candidato à próxima Comissão, mas tenho a certeza, José Manuel Durão Barroso, que o seu conhecimento será muito útil para todos nós no futuro próximo, nas nossas instituições europeias”, concluiu o primeiro-ministro.

A opinião dos portuenses

Na cidade do Porto, as opiniões sobre o percurso político de Durão Barroso parecem ser unânimes. Antes de chegar ao cargo europeu, o político português deixou descontentes os portugueses enquanto primeiro-ministro. É essa a opinião de uma transeunte, que não se quis identificar.

Também Hugo Silva, instrutor numa associação, desacredita nos políticos em Portugal, não tendo acompanhando com interesse a presidência de Durão Barroso na Comissão Europeia.

Na opinião dos estudantes, João Carrulo, aluno de doutoramento em Psicologia, admite não simpatizar com o político, esperando que, acabado o seu mandato na presidência da Comissão, não se candidate a Presidente da República portuguesa. Já José Pinto, também estudante, é da opinião de que Portugal só tem a ganhar com a permanência de Barroso na Europa.

Ricardo Sousa, desempregado, acredita que se Durão Barroso receber uma proposta para ocupar um outro cargo no qual receba melhor ordenado, não hesitará em tomar essa opção.

Jorge Cordeiro, antiquário, esperava que a presidência do português tivesse seguido um melhor rumo, apoiando mais Portugal e auxiliando a que a União Europeia se tornasse mais coesa.