Março é o mês em que se comemora o Dia do Estudante e as Associações Académicas já começaram a procurar a prenda ideal para os alunos portugueses. O movimento associativo nacional esteve reunido para discutir, entre outros temas, a ação social e o abandono escolar e definiu, como prioridade, aumentar o limiar de elegibilidade das bolsas.

Depois de o Governo dar a conhecer o programa “Retomar”, destinado à recuperação de antigos alunos, as federações académicas mostraram-se também preocupadas em preservar os estudantes já existentes, proporcionando melhores condições económicas.

Rúben Alves, presidente da Federação Académica do Porto (FAP), explicou ao JPN que o objetivo é alterar o cálculo dos rendimentos do agregado familiar para a Bolsa de Estudo: “Nós propomos que, a esses rendimentos, deviam ser deduzidos os descontos para a segurança social, uma vez que não é dinheiro que fica, de facto, disponível para que aquele agregado familiar o utilize em educação e também o IRS, o Imposto de rendimento de pessoas singulares”.

Para Rúben Alves, esta mudança pode resultar numa “diminuição dos rendimentos considerados de todos os agregados” e permitirá, assim. “incluir um maior número de estudantes” nos sistemas de ação social.

Os investimentos na ciência “têm sempre um retorno para o país”

Reunidos durante o fim-de-semana para discutir também a rede de Ensino Superior e a investigação científica, as associações académicas também aprovaram a realização de umas jornadas pela ciência, para promover o conhecimento na área e elaborar, posteriormente, um documento estratégico para Portugal.

No ano em que os apoios na investigação científica e tecnológica assumiram maiores “contornos mediáticos”, os estudantes querem perceber “se a questão foi orçamental, ou seja, se resultou de uma diminuição do orçamento para a Fundação da Ciência e Tecnologia ou se foi opção do Governo, ou da própria FCT, de alterar a forma como se atribuiriam essas bolsas”.

Da reunião também resultou o despacho que exige a criação do Conselho Coordenador do Ensino Superior, previsto legalmente há seis anos, mas ainda por regulamentar. Este órgão tem várias competências e irá permitir fazer uma “discussão política nacional da ação social” de uma forma “mais fundamentada, mais consciente, mais harmonizada, tentando ter uma preocupação a nível nacional e não apenas a nível local”, concluiu Rúben Alves.