O último dia de Fantasporto foi dedicado aos vencedores. “Miss Zombie”, que levou o prémio de melhor filme, não foi recebido por todos da mesma forma. Para muitos foi uma desilusão, embora para os que ficaram até ao fim, se tenha revelado interessante e “ao nível do Fantasporto”.

Mário Dorminsky, da organização do festival, orgulha-se de ter conseguido transmitir toda a programação apresentada em dezembro e do regresso de outros públicos ao Fantas, como é o caso de participantes do Teatro Carlos Aberto (TeCA).

O número de espectadores esteve em linha com os valores de 2013, embora com uma ligeira descida nas receitas. Esse decréscimo deve-se, em grande parte, a uma grande percentagem de bilhetes a um, dois e três euros, vendidos através de um novo sistema lowcost, explica Dorminsky.

A organização justificou ainda as falhas técnicas que interromperam algumas exibições com a multiplicidade de suportes e características, nomeadamente as saídas de canais e som, devido à nova digitalização dos aparelhos.

O sucesso de algumas antestreias mundiais vai levar os filmes para outras paragens. A presença de convidados do mundo cinematográfico permitiu que se tivessem estabelecido contratos de distribuição mundial, o que pode ser “o princípio de um projeto mais alargado nessa valência”.

“Um mini-mercado ligado à área do fantástico”

Uma das ideias é “criar um mini-mercado ligado à área do fantástico”, mas, admite Mário Dorminsky, que isso tenha “de ser feito com os pés assentes no chão”, construindo algo à medida de Portugal, um país que “não está habituado a conseguir chamar muita gente ligada à indústria” cinematográfica, alerta o organizador.

Para os 35 anos já há algumas garantias, nomeadamente “mais apoio” do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) e da Câmara do Porto. Da União Europeia, a organização também espera que o apoio continue. Dorminsky explica que a incógnita está no patrocínio privado, a forma de o festival conseguir sobreviver sem o apoio do Estado e da autarquia.

Após a 34.ª edição do Festival Internacional de Cinema do Porto, a generalidade dos espectadores concorda que o progressivo sucesso do festival se deve aos preços cada vez mais acessíveis, a uma melhor divulgação e à exibição de filmes cada vez mais abrangentes. As datas para a próxima edição já foram dadas a conhecer. O Fantasporto regressa ao Rivoli de 27 a 7 de março de 2015.