Se está a pensar usar o comboio amanhã, quinta-feira, fique atento ao aviso da CP porque pode ter que arranjar alternativas. Num comunicado, publicado na página da empresa, a CP informa “que, por motivo de greve, convocada por diversas organizações sindicais, no dia 13 de março [quinta-feira] esperam-se algumas perturbações e supressões pontuais nos serviços urbanos de Lisboa e Porto e no serviço regional: linha do Minho, Oeste e Ramal de Tomar”.

Abílio Carvalho, operador de circulação e membro do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário (SNTSF), um dos sindicatos que convocou a greve, aponta os cortes nos salários como um dos fatores que motiva a paralisação. “A principal razão é o roubo que é verificado por causa do Orçamento de Estado deste ano, aos trabalhadores que pode ir até aos 12% de corte na massa salarial. Há trabalhadores que são penalizados em mais de 100 euros no seu salário”, refere ao JPN. O sindicalista deixa claro que o SNTSF continuará “alerta para a gravidade destas medidas no setor”.

A concessão do transporte público a privados também motiva a ação grevista, de acordo com o sindicato. “Nós defendemos um serviço, além de ser um meio de transporte mais seguro. Tentamos ser um transporte público ao serviço dos utentes e nãos só para alguns. Devemos concretizar aquilo que é uma aposta na manutenção de equipamento ferroviário, não só nas estruturas ferroviárias. Haver uma aposta no caminho-de-ferro e não ao contrário como estão a fazer com privatizações, com encerramento de linhas, com aquilo que já está anunciado para este setor”, diz Abílio Carvalho.

Incerteza para serviços mínimos

A greve tem duração prevista de 24 horas, mas os serviços mínimos ainda não estão assegurados. Apesar da CP estar disponível para os cumprir, Ana Portela, porta-voz da empresa, esclarece ao JPN que isso depende da prestação da REFER, responsável pela manutenção das linhas. Abílio Carvalho, sindicalista do SNTSF, contou ao JPN que vão “tomar uma posição ainda hoje”.

A CP adianta ainda que não serão disponibilizados transportes alternativos. Recorde-se que já no dia 11 de março, os funcionários da EMEF, a subsidiária da CP para a área da manutenção, fizeram greve no Porto, Barreiro, Lisboa e Entreoncamento.