Corria o ano de 2012 e a Galiza celebrava o seu escritor e jurista Valentín Paz-Andrade, um intelectual de estreitas ligações com Portugal (chegando mesmo a integrar a Comissão Galega do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, nos anos de 1986 e 1990). Nessa altura teve início a Iniciativa Paz-Andrade, um movimento popular que visava levar, aos trâmites parlamentares do parlamento galego, legislação que promoveria uma maior integração da língua portuguesa nas escolas galegas.

Em 2013, após a recolha de 17 mil assinaturas, uma proposta de lei chegou mesmo a entrar em vigor, mas sucessivas revisões ao texto remetem para aquilo que, esta quarta-feira, aconteceu, em que a forma final da lei foi aprovada por unanimidade no parlamento da região galega.

Com vista a defender a herança das relações entre a Galiza e o norte de Portugal, a lei prevê a incorporação incremental do ensino da língua portuguesa na escolaridade obrigatória, assim como a fala da mesma como um critério para o serviço público.

A Galiza espera, assim, manter o acesso aos mercados de língua portugesa. Para além destas medidas concretas, a lei compromete o Governo autónomo a promover a “herança cultural”, através de medidas como a asseguração da partilha de transmissões de TV e rádio.