Conforme o JPN noticiou anteriormente, a Câmara Municipal do Porto (CMP) assumiu-se, pela primeira vez em 80 anos, como a única entidade organizadora da Feira do Livro de 2014.

Em declarações aos jornalistas no fim de uma reunião privada do executivo, Rui Moreira disse que a Câmara decidiu organizar a Feira do Livro porque a APEL colocou as negociações em causa “18 dias depois de o acordo ter sido firmado”. O mesmo acrescentou que a edição de 2014 “custará menos do que os 300 mil euros” pedidos pela APEL “em função de quatro anos de atividade”.

Esta redução refere-se ao valor de 75 mil euros que a Câmara do Porto se comprometeu a dar à Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), durante quatro anos, para que a mesma apoiasse a transferência da feira para a Avenida dos Aliados.

Como fruto dos acontecimentos, a CMP optou por organizar sozinha a Feira do Livro nos jardins do Palácio de Cristal, entre 5 e 21 de Setembro. Em comunicado, a Câmara ainda anunciou que a edição de 2014 da Feira do Livro “estará aberta a todos os editores, livreiros, livrarias, alfarrabistas e associações do setor”.

APEL lamenta decisão

A Associação Portuguesa de Editores e Livreiros afirma, em comunicado, que lamenta a decisão da Câmara Municipal do Porto e que “sempre foi sensível às dificuldades apresentadas pela CMP”. A APEL ainda acrescenta que se dispôs a “organizar a edição de 2014 por sua conta e risco”.

Em compensação, a Câmara assinava um protocolo plurianual que garantia apoio financeiro, a partir de 2015, para as edições futuras. A Associação também refere que “a proposta de protocolo foi entregue em devido tempo pela APEL à CMP” e que “estará sempre disponível para encontrar soluções que que viabilizem a realização da Feira do Livro do Porto”.

Relembre-se que a Feira do Livro não se realizou o ano passado depois de a APEL ter suspendido o evento por “falta de condições financeiras”, uma vez que a CMP recusou prorrogar o protocolo assinado em 2009 para apoiar a iniciativa.