O objetivo do projeto passa por “chamar as pessoas, em específico, as famílias, para virem para aqui passear”, diz Eduarda Pinto, diretora-geral de “As Fábricas em Movimento”, o grupo que engloba a empresa Lionesa.

Miguel Ram foi o responsável por recrutar os artistas para pintar o mural. Ram – também ele artista envolvido na pintura – considera ter sido uma tarefa fácil, “para quem conhece este universo todo há 10 anos”. São 11 artistas (cinco de Lisboa e seis do Porto, entre os quais um brasileiro e um angolano): Nomen (angolano), Mar, Mário Belém, Ram e Utopia (brasileiro), vindos de Lisboa; Coletivo Distopia (dois elementos), Draw, Mr. Dheo e Third, vindos do Porto.

A tarefa em andamento pretende retratar, através do graffiti, a história de Matosinhos. Está previsto que este mural esteja terminado na próxima semana. A partir daqui, a ideia passa por pintar algo relacionado com a Unicer, nomeadamente sobre a cerveja e a sua produção. Alexandra Marins, diretora de comunicação da Unicer, acredita que esta foi uma oportunidade impossível de desperdiçar, visto que vai ao encontro do projeto de responsabilidade social da empresa. “A responsabilidade passa por promover esta arte, que, por vezes, é vista como sendo algo marginal”, assume.

Para Utopia, estes tipo de projetos “são muito importantes, pessoal como espiritualmente”. Além de que, “como cada um usa a sua técnica, dá para aprender com todos”. A “liberdade de criação” é fundamental, acredita Ram, que, para a sua obra, se inspirou no Mosteiro de Leça do Balio. No final de contas, o importante é a herança deixada. “Quem fica a ganhar são os locais, que vão ficar com uma parede única”, prevê o responsável pela reunião do coletivo de artistas.