Já ninguém dispensa o telemóvel. Segundo dados do barómetro de telecomunicações da Marktest, em 2012, 92% dos portugueses tinham telemóvel. Mas o uso do aparelho pode prejudicar a saúde dos utilizadores.

Para Paulo Sobral, psicólogo, “o uso prejudicial do telemóvel surge, ao nível psicológico, quando se diluem as fronteiras entre a utilidade e a privacidade e se esquece que todo o utensílio que possuamos deve ser utilizado para nossa conveniência e não para conveniência dos outros”. Quando o limite é ultrapassado, “o indivíduo demonstra pouca autonomia para gerir o seu próprio espaço psicológico, ficando permeável e, consequentemente, vulnerabilizado perante os demais”.

Um estudo elaborado pela Ofcom e divulgado pelo Daily Mail mostrou que, oito em cada dez pessoas tem o telemóvel por perto enquanto dorme, nem que seja para servir de despertador. No entanto, não é o comportamento mais saudável, já que o aparelho priva o utilizador de uma noite de sono descansada, pode causar insónias, tonturas e dores de cabeça.

Segundo dados do mesmo estudo, a maioria das pessoas dorme mais descansada se afastar o telemóvel e outros dispositivos eletrónicos do quarto, uma vez que a luz do aparelho, ao acender, interfere com o ritmo natural do corpo e fá-lo acreditar que já é de dia.

“Do ponto de vista psicológico, ter um recurso desse calibre, ao alcance, enquanto se repousa, é um contra-senso, sobretudo quando não se previne, desligando-o, os possíveis incómodos decorrentes de uma exposição à possibilidade deste interromper o decurso natural do repouso íntimo”, diz Paulo Sobral, ao JPN.

O estudo elaborado pela Ofcom revelou ainda que quatro em cada dez pessoas verifica o telemóvel durante a noite se ele tocar ou vibrar, mesmo que esteja a dormir. Além disso, especialistas do estudo referem que as radiações eletromagnéticas emitidas são prejudiciais, fator que aumenta quando o telemóvel está ligado à corrente.