O Ministério da Educação anunciou restrições à entrada no Facebook, Tumblr, Instagram e lojas Android e Apple no período da manhã, entre as 8h30 e as 13h30. No resto do dia, há limitação quantitativa de utilização, à semelhança do sistema que vigora em relação ao YouTube, que não está sujeito a limitação horária. As atualizações para o sistema operativo Windows só estão disponíveis das 17 às 08 horas do dia seguinte.
Decisão vista com bons olhos
Na Escola EB 2/3 Abel Varzim, em Barcelos, há já algum tempo que a direção condicionava o acesso às redes sociais através dos computadores da biblioteca escolar. Porém, os alunos acediam sem limitações nos computadores portáteis e nos telemóveis.
Em entrevista ao JPN, Carminda da Fonte, da direção da escola, conta a reação da comunidade docente à medida anunciada pelo Ministério da Educação. A reação dos professores na escola Abel Varzim “é positiva” e comentam que “a medida já devia ter sido tomada há muito mais tempo”. Nesta escola básica, a direção teve já de resolver duas situações de bullying no Facebook entre alunos e, por isso, os docentes “aplaudem a decisão tomada pelo Ministério”.
Paula Carqueja, presidente da Associação Nacional de Professores (ANP), apresenta uma posição semelhante: “Em relação ao Facebook e ao Twitter estou plenamente de acordo que haja uma limitação, pois os alunos não têm critério na sua utilização”. “Em relação ao Instagram, não se deveria limitar a sua utilização, tendo em conta a ligação de determinada disciplina ao estudo da imagem”, diz Paula Carqueja ao JPN. Quanto ao YouTube, a presidente da ANP aponta o “caráter pedagógico do site“, mas faz a distinção entre esta vertente e a vertente mais lúdica, quase sempre posta em prática pelos estudantes.
A Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) relaciona a restrição com o elevado número de ataques informáticos registado e com a necessidade de melhorar a qualidade de acesso à Internet. Segundo o Ministério da Educação, nos primeiros dois meses deste ano houve uma “saturação” do tráfego online nos estabelecimentos de ensino público. Recorde-se que as restrições são permanentes e vão afetar todos os utilizadores.