Na madrugada de 7 de abril, poucas horas depois do presidente do país Juvénal Habyarimana, morrer, quando o seu avião foi atingido por um míssil, inicia-se a maior limpeza étnica desde a II Guerra Mundial.

O presidente do Ruanda pertencia à etnia hútu, que culpou os tutsis (a etnia oposta) pelo assassinato e assim deram início ao maior genocídio do mundo, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).

Homens, mulheres, crianças e idosos foram massacrados a tiros e golpes com armas brancas durante cerca de 100 dias, naquela que é uma das páginas mais tristes da história. Durante mais de três meses, muitos foram os refugiados que procuraram asilo nos países vizinhos.

No entanto, duas décadas depois, ainda não se sabe quem disparou o míssil que matou o Presidente e deu origem ao genocídio.

Podia o mundo ter evitado o massacre?

Desde o ano de 1990 que a ONU e algumas agências internacionais vinham a relatar a existência de conflitos internos e a deterioração do país.

Depois do início do massacre, o Conselho de Segurança da ONU precisou de um mês para reconhecer a existência de um genocídio e consequentemente, aprovar o envio de soldados que apenas chegaram no verão, muito depois das tropas francesas terem assumido o controlo.

A grande tragédia que ainda pesa na consciência da ONU

Perante a passividade do mundo, morreram oito mil pessoas por dia, 333 por hora, na sua maioria da etnia tutsi.

De abril a julho de 1994, foram mais de 800 mil os mortos em apenas 100 dias. As estimativas são da ONU, que agora, 20 anos depois, admitiu o fracasso no controlo do massacre, alegando ” falta de recursos e compromisso politico” como as principais razões para deter a chacina.

Em declarações sobre as comemorações dos 20 anos do massacre, o secretário-geral da ONU disse que o genocídio no Ruanda representou o maior fracasso da comunidade internacional para agir face a uma atrocidade.

Nos 20 anos que passaram, o governo obteve importantes resultados económicos e sociais, mas continua a responder por graves violações de direitos humanos, de limitações à liberdade individual

Hoje, a 7 de abril de 2014, 20 anos depois, o Ruanda inicia cerimónias de homenagem, um luto prolongado para relembrar as vítimas do massacre que exterminou entre 20% a 40% da população e que permanece na memória de todos os habitantes do Ruanda.