“Esse país também é nosso” é o nome do manifesto lançado por jovens portugueses que se viram obrigados a emigrar. A ideia surgiu da vontade de se fazerem ouvir nas próximas eleições europeias, que decorrem a 25 de maio.

Para estes portugueses, o desemprego jovem no país é um tema que tem sido esquecido e que merece ser alvo de debate. Explicar as razões que levam os cerca de 120 mil portugueses a emigrar e tentar encontrar soluções para este problema são alguns dos objetivos deste manifesto.

Catarina Príncipe tem 28 anos e é uma das jovens que teve de dizer adeus ao país que a viu nascer. A jovem, que é uma das subscritoras do manifesto, revela ao JPN que as eleições europeias são o momento ideal para lançar o documento uma vez que o fluxo migratório no Sul da Europa tem aumentado.

Em busca de melhores condições de vida, foi há dois anos que Catarina decidiu rumar a Berlim. Por essa razão, critica a falta de apoio aos jovens em Portugal, sobretudo depois do início da intervenção externa no país.

O objetivo é levar a petição ao Parlamento

Atualmente instalada na capital alemã, a jovem está a fazer Mestrado em Estudos do Género e distingue a emigração voluntária da emigração forçada, destacando o aumento da emigração para fora de Portugal por falta de oportunidades.

Catarina Príncipe revela que ainda não foi colocada a hipótese de apresentar a petição ao Parlamento português, mas não põe de lado essa possibilidade se o documento tiver uma boa aceitação.

Arquitetos, economistas, investigadores e designers são alguns dos jovens qualificados que, juntamente com Catarina, lutam através do manifesto. Emigrados à força, estes portugueses estão espalhados pela Europa mas também por países como o Brasil ou o Camboja. No manifesto, estes jovens afirmam que pertencem à “geração mais qualificada de sempre” mas que nem isso os impediu de esbarrar “contra a parede do desemprego e da precariedade”.

A petição tem apenas alguns dias mas já reúne mais de 100 assinaturas. O objetivo do grupo é fazer com que chegue a mais pessoas, sejam estas emigradas ou não. Embora com uma melhor vida lá fora, estes portugueses não esquecem a possibilidade de voltar ao país que, como afirmam no manifesto, querem de volta. A palavra de ordem é clara: “Emigramos mas não desistimos”.