As Universidades do Porto (UP), do Minho (UMinho) e de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) assinaram, no Porto, o memorando de entendimento com vista à criação do Consórcio das Universidades do Norte – UniNORTE.

O principal objetivo do projeto é desenvolver a cooperação entre as universidades de forma a aumentar a importância no espaço regional, nacional, ibérico e europeu e participar proativamente numa estratégia regional face ao próximo quadro comunitário de apoio.

As três universidades a norte do rio Douro vão passar, assim, a funcionar como uma só em várias frentes. Na prática, o novo consórcio prevê a mobilidade de alunos e professores e investigação e candidaturas conjuntas a fundos comunitários.

“Mãos à obra”

Na abertura da sessão, Emídio Gomes, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) afirmou que “a força que une o conhecimento da região, ao serviço do desenvolvimento económico da competitividade e internacionalização, é um elo fundamental e básico deste desenvolvimento”. Emídio Gomes referiu, ainda, que o consórcio criado é “o ponto de partida de três entidades que percebem que, na partilha da formação, da investigação e do seu relacionamento estará uma força que conduz a algo melhor”.

Após a assinatura do memorando de entendimento, os reitores tomaram a palavra. António Fontainhas Fernandes, reitor da UTAD, comprometeu-se a cumprir “todos os objetivos que constam no memorando, assinado em sessão pública”. Afirma, ainda, que “o acordo representa uma oportunidade de contrariar as tendências centrífugas do país, presentes ao longo das últimas décadas”.

Já António Cunha, reitor da UMinho, diz que este acordo é “um processo natural das três instituições que querem cooperar para vencer desafios maiores”. Relembrou as dificuldades a nível económico e financeiro que as universidades enfrentam, mas garante que esta união é capaz de superar todos os obstáculos que surgirem.

Projeto apoiado pelo Governo

O projeto UniNORTE tem também o apoio do Governo. Miguel Poiares Maduro, ministro do Desenvolvimento Regional, esteve presente e garantiu o “apoio do Governo” ao projeto. O ministro destaca “o papel principal” protagonizado pelas universidades “ao conduzirem este processo”. Porém, afirma também que o Governo assume o papel de orientador de estratégias e de incentivador.

José Marques dos Santos, atual reitor da UP, destaca “o espírito de abertura, a vontade de cooperação, a ambição e o sentido estratégico” com que os reitores das universidades envolvidas “abraçaram este projeto”.

Para o reitor da UP, “o estabelecimento desta parceria garante, à partida, maior escala, massa crítica e recursos, para que cada universidade desempenhe e aumente as suas competências ao nível do ensino, da investigação, da inovação”. Realça, ainda, o facto de esta cooperação entre as universidades poder funcionar como catalisador para outras iniciativas semelhantes entre “instituições, empresas, associações e até municípios”.

No memorando, a UniNORTE, que entra em vigor no próximo ano letivo, assume claramente a sua intenção de “construção de uma estratégia regional inteligente” assente “na concretização de um novo modelo de desenvolvimento sustentável”. Nasce assim a Universidade do Norte, que promete criar laços e fazer, desta junção, uma universidade forte e unida no contexto nacional e internacional.