Portugal tem assistido a um aumento no número de dadores de órgãos. O melhor ano até agora foi 2009, altura em que foram feitos 928 transplantes. Este número foi avançado por Hélder Trindade, presidente do Instituto do Sangue e da Transplantação (IST). “Os indicadores que temos destes dois primeiros meses, quando comparamos com os melhores anos – nomeadamente 2009 -, tudo nos diz que estamos com um nível de colheita de órgãos em dador cadáver semelhante a esses anos”, afirmou, em entrevista à Rádio Renascença.

Marta Rocha, recém licenciada em Ciências da Nutrição e Alimentação na Universidade do Porto, tornou-se dadora de medula óssea há quatro anos, após uma recolha na Maia. “Acho importante ajudar quando podemos. Não custa nada e nunca saberemos quando seremos nós a precisar”, explica. Marta, que ainda não foi chamada para doar medula óssea, descreve em que consistiu o processo: “No local deram uma ficha na qual se preenche os dados pessoais e algumas informações relativas ao historial clínico. Depois e só tirar dois tubos de sangue e está”.

“Acho que ainda existe preconceito”

Ao contrário de Marta, que ainda não foi chamada para um transplante de medula, Amélia Oliveira já foi considerada compatível com uma pessoa do outro lado do Atlântico. A dadora descreve que o processo começou com a realização de um exame ao sangue para testar a sua compatibilidade com uma menina que necessitava de um transplante.

Apesar de não ter sido compatível nessa altura, bastaram doze meses para ser chamada para doar medula óssea. Amélia explicou ao JPN a sua reação quando soube que iria ajudar uma pessoa americana. Embora o número de dadores tenha aumentado em Portugal, Amélia considera que ainda existe preconceito em relação a estes processos.

Continuar ao serviço da educação

Para além da doação de órgãos, existem outras formas de ajudar. Para Maria José Queirós, a decisão de doar o cadáver surgiu quando soube que Portugal necessitava de corpos para estudo. Com esta opção, a professora considerou que seria a melhor forma de contribuir para o ensino: “Achei que esta era a melhor forma de um professor continuar a servir os alunos e a servir a sua profissão”, diz.

Maria José explicou que o procedimento de doação de cadáver difere da doação de órgãos. Este é um método ainda pouco frequente e por isso desconhecido para grande parte das pessoas e instituições, defende a professora.