A Queima das Fitas deste ano traz várias surpresas ao nível dos bilhetes. A Federação Académica do Porto (FAP) decidiu fazer alterações no modelo que vinha a ser adotado e a principal vai para o facto de, nesta edição, não existir bilhete para ao público em geral, passando apenas a existir bilhete de estudante, quer se seja ou não aluno da Universidade do Porto (UP).

Apesar das críticas que a FAP tem recebido em virtude desta medida, Rúben Alves, presidente do organismo, reafirma que esta medida poderá levar a uma dimuição da receita obtida com o evento e que o principal objetivo prende-se com a necessidade de impedir que os alunos da UP sejam obrigados a comprar bilhete geral, no caso de os bilhetes para estudantes esgotarem.

Para além desta uniformização, que não obriga à apresentação do cartão de estudante no momento da compra, a FAP decidiu não impor limite ao número de bilhetes comprados, pelo que qualquer pessoa pode adquirir o número de ingressos que quiser sem qualquer restrição. Rúben Alves dá os exemplos dos dias de terça e quinta-feira para mostrar as vantagens desta medida.

Para além da existência de uma bilheteira online para quem pretender comprar os bilhetes desta forma, as outras grandes alterações nesta edição prendem-se com a maior centralização dos postos de venda. O presidente da FAP explica ao JPN que esta medida procura evitar a mobilização de elevadas quantidades de dinheiro e melhorar a segurança do evento. Apesar das críticas que a federação tem recebido, Rúben Alves acredita que o espírito da Queima se vai manter e que estas alterações vão servir para envolver a cidade no evento.

“Devia existir diferença de preços”

As alterações ao modelo de bilhética da Queima das Fitas tem provocado alguma contestação na comunidade estudantil da UP, sobretudo na página oficial da FAP, no Facebook. O JPN conversou com Rafaela Ramos, presidente da Associação de Estudantes da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP), que defende que deveria existir uma diferenciação ao nível dos bilhetes, sob pena de a Queima das Fitas se tornar um local onde o acesso é ilimitado.

Rafaela vai mais longe e acredita que, este ano, a Queima das Fitas vai ter menos público, em virtude do receio dos estudantes face ao incidente que vitimou um aluno, no Queimódromo, em 2013.

A jovem também não se surpreende pela possibilidade de haver, este ano, em virtude da uniformização dos bilhetes, uma maior afluência de estudantes não-universitários, pois realça que é cada vez mais comum ver os adolescentes presentes, prematuramente, neste tipo de eventos.