“Ainda estamos muito longe de aproveitar a escultura que temos”, diz Nuno Resende, professor de História da Arte da Universidade do Porto. Atrasado em relação a outros países vizinhos, foi no final do século XIX que Portugal começou a apostar na escultura como arte pública. Até aí, só dentro das igrejas.

As obras em pedra enalteciam a glória da nação ou prestavam homenagem a figuras de interesse público, muitas vezes distanciadas das pessoas por altos pedestais. Para Nuno Resende, essa distância refletia a falta de contacto entre a arte e o povo.

A grande parte das esculturas encontra-se em jardins e praças, mas, à imagem do século XIX, o enquadramento com o meio continua a ser descurado. Não escapam às lentes dos turistas mas têm nomes e histórias desconhecidas à grande parte dos que passam.