Manhã
Os militares aceitam e fica acordado que os passos de “Grândola” seriam os passos da revolução. Faltava uma última etapa: convencer os responsáveis do “Limite” a passar a senha.
15h
Carlos Albino procura Manuel Tomáz para um café, mas o encontro acaba na Igreja de Alvalade, próximo dos escritórios do “Limite”. Ao pé dos joelhos baixados pela devoção estava o LP de “Cantigas de Maio”, de Zeca Afonso. É então que Albino desabafa: “Manel é hoje”. Chegava a hora. Sem muitas palavras percebia-se que era a liberdade que se aproximava: “Nesse dia, o Leite de Vasconcelos estava de folga e tínhamos iniciado no programa um jovem locutor, que era o Paulo Coelho. O alinhamento desse dia estava feito e eu e o Carlos Albino ponderámos várias situações sobre como, sem dar nas vistas, nós passávamos o ‘Grândola'”.
Antes, durante e depois da revolução
– A revolução ouvida
– Dias 22 e 23 de abril – O primeiro contacto
– Dia 24 de abril – Chegava a hora
– Dia 25 de abril
– Dias 26 e 27 de abril – As reportagens emitidas
19h – A senha passa na censura
Na Renascença, o censor libertava os textos e Leite Vasconcelos lia a senha de uma revolução que não sabia existir. Uma das primeiras palavras de marcha ficava registada numa bobine que Manuel Tomaz guardou consigo até à hora do programa: a meia-noite.
22h55 – A primeira senha
Os caminhos de João Paulo Diniz e de Otelo de Saraiva Carvalho tinham-se cruzado na Guiné. Juntos viveram um dos pesadelos do regime e, agora, cruzavam-se novamente nos caminhos da liberdade. No programa 1-8-0, da Emissores Associados de Lisboa, a voz de Paulo de Carvalho iniciava o adeus e plantava a questão do que viria depois.