Aliar num só objeto música, design e engenharia é o que se pretende com o MUDEI. Coordenado pelo Instituto Politécnico do Porto (IPP) e financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian, o MUDEI (Música, Design e Engenharia para Inovação e Internacionalização) vai arrancar em outubro com oito grupos de trabalho concentrados em desenvolver um objeto inovador.

O projeto, liderado por Carlos Ramos, surgiu, segundo o responsável, da “ideia de tentar desenvolver trabalhos conjuntos entre estudantes do Politécnico do Porto que fossem de cursos e escolas diferentes”. Como tal, os grupos serão formados por alunos das três áreas – música, design e engenharia/informática – e, até, de diferentes nacionalidades, uma vez que participarão também no projeto a Universidade Federal do Rio de Janeiro (Brasil), a Universidade de Nottingham (Reino Unido), a Universidade Hradec Králové (República Checa) e a Universidade de Salamanca (Espanha).

E no fim?

Em julho ou agosto, terminado o ano letivo, será feita uma exposição dos objetos finais, podendo até haver concertos – espera-se a invenção de instrumentos musicais.

Alunos portugueses e estrangeiros em cooperação

Os alunos serão escolhidos pelos professores e deverão ser do terceiro ano de licenciatura ou, se o projeto assim o exigir, alunos de mestrado, visto que, à partida, trabalharão no objeto no âmbito de um projeto de final de curso. Dos quatro elementos de cada grupo, três serão alunos portugueses e um será estrangeiro, não tendo necessariamente de viver em Portugal. Poderá participar no projeto não presencialmente durante o ano e vir somente no segundo semestre por um período de, pelo menos, dois meses.

As ideias para os objetos serão propostas pelos professores, que deverão reunir numa plataforma digital e poderão ser algo como “uma mesa de centro, em que são adicionados sensores, LEDs e altifalantes e que, quando alguém passa a mão por cima, gera som e luz”.

Carlos Ramos diz que o projeto tem duas componentes essenciais: a internacionalização e a inovação/o empreendedorismo, uma vez que acredita que muitos dos objetos que venham a ser criados possam vir também a ser patenteados e a dar origem, quem sabe, a uma nova empresa.