Filipa Frois Almeida e Hugo Reis trabalhavam em Berlim e eram mais dois arquitetos num escritório. A vontade de criar algo mais artístico e criativo suscitou uma proposta de construir uma instalação na rua. Hugo Reis diz terem ganho “algum gosto e gozo com aquilo” e, por isso, regressaram a Portugal com a vontade de “fazer qualquer coisa”. Nascia, assim, a Fahr 021.3.

Entre projetos que iam e não iam para a frente receberam a proposta de um cabeleireiro (Fulgêncio Augusto), “para desenhar uns cortes de cabelo”. Para Hugo Reis, co-fundador da empresa, a experiência resultou muito bem e foi “divertida e impactante”. O Hairchitecture deu-lhes a oportunidade de “sair do cenário e panorama da arquitetura convencional”. O projeto acabou por ganhar visibilidade e ser publicado em várias revistas e, a partir daí, aumentaram os projetos e os convites começaram a aparecer.

Foi com este Hairchitecture, um projeto em que a dupla elaborou cortes de cabelo, que a Fahr 021.3 ganhou uma medalha de prata no A’Design Awards. No entanto, Hugo Reis diz ser “importante ficar claro que a Fahr não anda só à volta desta produção de cabelos”. A empresa está muito ligada à área da instalação e da criação artística para espaços e eventos culturais e tem vindo a desenvolver um conceito de arquitetura comunicativa.

O outro projeto premiado, desta vez com uma medalha de bronze, foi a instalação que Filipa e Hugo criaram para as festas joaninas de Guimarães. A estrutura de São João foi uma iniciativa rápida e low cost, e tinha como objetivo “animar a festa joanina”. A dupla, inspirada na noite de São João, tentou recriar um balão em material espelhado que refletia as cores das pessoas.

“Não tínhamos fogo de artifício, mas tínhamos a cor das pessoas refletidas no céu e aquele movimento todo dos balões, com o vento, acabava por criar uma dinâmica muito engraçada”. Depois do desenvolvimento do conceito, todo este trabalho foi conduzido em conjunto com a comunidade, que ajudou a fixar os balões nas cordas.

Relativamente a outros projetos, Hugo Reis diz que a Fahr 021.3 “tem vindo a evoluir para instalações mais permanentes”, não renunciando por completo à arquitetura efémera. Sempre com um “caráter inovador e experimental” e com uma forte “interação com o público”, a oportunidade de “criar emoção em alguém continua a ser o ponto mais importante”.