Albert Camus escreveu, em tempos, que, “sem a cultura, e a liberdade relativa que ela pressupõe, a sociedade, por mais perfeita que seja, não passa de uma selva”. Neste quarta-feira, 21 de maio, Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e para o Desenvolvimento, sublinha-se a ideia do escritor. Para se conseguir atingir o desenvolvimento sustentável e a coexistência pacífica são necessários os impulsionadores “cultura” e “diversidade cultural” e é fundamental o diálogo.

De acordo com o Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI), instituto público integrado na administração indireta do Estado, a comemoração desta data – adotada pela Assembleia Geral da ONU – é “uma oportunidade para se aprofundar a compreensão sobre os valores da Diversidade Cultural e para se aprender melhor sobre como viver juntos”.

É uma forma de relembrar ao mundo o que ficou assente na Declaração Universal da Diversidade Cultural e, por isso, uma forma de reafirmar a importância da diversidade cultural enquanto “herança comum da humanidade”. No documento pode mesmo ler-se que “a diversidade cultural é tão necessária para a humanidade como a biodiversidade para a natureza”.

Daí esta data. A 21 de maio, a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) procura mobilizar e sensibilizar a sociedade e os governos para a importância da cultura, porque defende que esta “é o que somos. A cultura molda a nossa identidade. A cultura contribui para a redução da pobreza e permite um desenvolvimento centrado no ser humano, inclusivo e equitativo. Nenhum desenvolvimento poderá ser sustentável se excluir a cultura”. Como tal, a organização reforça a importância da cultura no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio, a serem alcançados em 2015.

Para Kofi Annan, Nobel da Paz em 2001, “podemos ter diferentes religiões, diferentes línguas, diferentes tons de pele, mas pertencemos todos a uma raça humana”. Para Octavio Paz, poeta mexicano, Nobel da Literatura em 1990, “o que põe o mundo em movimento é a interação das diferenças, as suas atrações e repulsões; a vida é pluralidade, morte é uniformidade”.