A Porto Lazer realizou uma hasta pública para a concessão de espaços temporários de restauração e divertimentos nas festas de S. João, mas os concorrentes consideraram os preços muito elevados e encontraram "erros administrativos" e "lapsos" em todo o processo.

A Câmara Municipal do Porto não presta mais esclarecimentos sobre a situação, depois de ter confirmado à agência Lusa que os empresários de diversão e a empresa municipal Porto Lazer estão a dialogar para resolver o problema. Tudo por causa da hasta pública para a concessão de espaços temporários de restauração e divertimentos nas festas de S. João, que não teve qualquer adesão, por os concorrentes considerarem os preços muito elevados e encontrarem “erros administrativos” e “lapsos” em todo o processo.

Em declarações à Lusa manifestou-se também Luís Paulo Fernando, presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Diversões (APED), dizendo que as negociações continuam esta terça-feira, na tentativa de solucionar esta situação. “Estamos a tentar chegar a alguns acordos. Está a haver diálogo entre as partes para resolver este problema que a Câmara tem nas mãos”, garantiu.

Em causa estão espaços no Largo Amor de Perdição, Largo de António Calem, Avenida de D. Carlos I e Alameda das Fontainhas. O preço varia consoante o lugar e a tipologia da ocupação (roulotte, carrossel, pavilhão ou reboque) e vai desde os 300 aos 12.250 euros, valores considerados muito elevados pelos interessados.

O presidente da APED diz que os preços e as condições da concessão de espaço por parte da Câmara podem pôr em causa as festas da cidade e, particularmente, a marca S. João. Sem a restauração e os divertimentos, a festa mais tradicional da Invicta pode ficar numa situação “muito complicada”. Isto porque, ainda segundo Luís Paulo Fernando, “o Governo ainda não fez leis que se adaptassem à atividade [de empresas e diversões] nesta questão dos concursos públicos”.

Na página oficial da Porto Lazer está anunciada a “Atribuição de títulos de ocupação temporária do espaço público para a colocação de estruturas destinadas à restauração ou de bebidas com carácter não sedentário e de divertimentos, no âmbito das festividades do S. João” entre os dias 9 e 30 de Junho, com exceção dos lugares disponíveis na Avenida de D. Carlos I, cuja ocupação vai desde 17 a 30 de junho.