Vários alunos têm vindo a queixar-se de uma série de assaltos na zona do pólo da Asprela, entre Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e o Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto (ISCAP).
Daniel Freitas, presidente da AEFEUP, disse ao JPN que as queixas começaram essencialmente na passada quarta-feira, 28 de maio. Ainda assim, ressalva que “recebeu três ou quatro emails, nada de muito alarmante face à suposta quantidade de casos que estão a acontecer”.
Muitas das situações têm sido relatadas nas redes sociais, nomeadamente em grupos de estudantes. “O problema é que o número de queixas que surgem na Internet é muito maior do que as queixas na polícia. A polícia já fez detenções, mas sem queixas e descrições do que é roubado não podem fazer mais”, afirma. “A questão é que a onda de pânico até pode ser exagerada relativo ao que realmente aconteceu”, observa o presidente da Associação de Estudantes.
O JPN falou com vários alunos que vivem ou estudam na área afetada e a maior parte diz sentir-se inseguro. “Não trazemos dinheiro nenhum, andamos sempre acompanhados. Até temos medo de trazer os portáteis, os telemóveis. E andamos sempre a olhar para todos os lados. E com o número da polícia no telemóvel”, diz Luísa Carneiro.
A estudante nunca foi assaltada, mas relata o que aconteceu a um amigo. “Foi mesmo na entrada da FEUP, a meio da tarde. Levaram-lhe dinheiro e o cartão de crédito. A sorte foi que ele lhes disse o pin errado”, conta. “Eles reforçaram o policiamento na zona da FEUP, mas os assaltantes passaram para a zona entre o ISCAP e o Hospital de São João, que, por acaso, é onde eu vivo”, acrescenta.
Cláudio Rocha e Vera Fernandes também têm tido cuidados acrescidos. “Estou mais atenta ao que se passa à minha volta. Há mais polícia agora, mas ainda assim parece pouco para o número de assaltos que tem havido”, diz Vera. Cláudio Rocha não soube do ocorrido em primeira mão mas diz que viu “no Facebook várias pessoas a queixarem-se”.
Na opinião de Cláudio “a universidade devia tomar, juntamente com a PSP, medidas de segurança para reforçar ainda mais o patrulhamento”. Bastava haver mais um carro da polícia, aqui nas redondezas, sempre a circular”, diz. Nem todos notaram o reforço, mas segundo o que o JPN verificou no local, durante a manhã desta quinta-feira, vários carros de patrulha encontravam-se na zona.
Já foram feitas detenções
Um dos assaltantes foi detido esta terça-feira, dia 3, pelas 20h30, junto do Pólo da Asprela. Segundo a PSP, “foi detido um jovem de 17 anos e intercetado um outro de 15 que haviam praticado um roubo a um estudante de 23 anos”. Na posse dos jovens foram encontrados “um computador portátil, um telemóvel e 50 euros”, que já foram devolvidos ao proprietário.
Daniel Freitas garantiu que tem estado em contacto com a PSP, que o informaram que o policiamento na zona do pólo da Asprela foi intensificado. Rúben Alves, presidente da Federação Académica do Porto, confirmou ao JPN que, juntamente com as associações de estudantes do pólo da Asprela, “iniciaram contactos com a PSP para saber qual era o plano de atuação” e que lhes foi transmitido pela polícia que “houve um reforço significativo no pólo”.
O Comandante Metropolitano da Polícia de Segurança Pública (PSP) disse ao JPN que “a PSP está atenta e a trabalhar de forma a aumentar o sentimento de segurança dos estudantes e dos restantes cidadãos”. Acrescenta ainda que “alguns dos suspeitos referenciados pela prática dos referidos ilícitos criminais são menores de idade, pelo que as situações foram remetidas junto do Tribunal de Família e Menores”.