Entre os dias 29 de maio e 1 de junho, duas atletas portuguesas conquistaram quatro medalhas na Taça do Mundo de Ginástica Artística, em Anadia. Filipa Martins conseguiu uma medalha de ouro no Solo, uma de prata nas Paralelas Assimétricas e uma de bronze nos Saltos, enquanto Diana Abrantes conquistou uma medalha de prata na Trave.

Em conversa com o JPN, Filipa Martins, vencedora da medalha de ouro de salto na Taça do Mundo, conta que esta vitória “significou muito, porque demonstra que a ginástica em Portugal está a evoluir”.

No entanto, na opinião de Filipa a ginástica artística não é suficientemente valorizada em Portugal. A atleta afirma que, apesar de os atletas da modalidade estarem a conseguir resultados cada vez mais positivos, “só se ouve falar no futebol e no Mundial”.

João Paulo Rocha, presidente da Federação de Ginástica de Portugal (FGP), valoriza as vitórias nesta prova. O presidente da FGP afirma que Portugal nunca tinha obtido tantas medalhas, acrescentando que “esta foi a primeira medalha de ouro ganha em provas deste nível”.

“Se tivéssemos condições poderíamos chegar mais longe”

Nos últimos dez anos, os resultados dos atletas portugueses na ginástica artística têm vindo a ser cada vez melhores. Apesar disso, no mesmo período de tempo, o financiamento estatal para esta modalidade decresceu em 50%.

João Paulo Rocha chama a atenção para a falta de investimento na modalidade que, segundo o presidente da FGP, está a prejudicar a evolução da ginástica artística nacional. “As nossas ginastas estão num patamar de destaque na Europa”, mas se “tivéssemos condições poderíamos chegar mais longe”, afirma João Rocha.

O presidente da FGP chama ainda a atenção para o facto de Portugal ser “o único país do mundo que não tem, pelo menos, um centro de treino próprio” para a prática da modalidade e conta que a Federação de Ginástica de Portugal tem trabalhado no sentido de alertar as autoridades competentes para a falta de salas especializadas para a prática de ginástica.