Foram 64 anos de espera até que o Campeonato do Mundo voltasse a ser disputado em solo “canarinho”. É certo que as opiniões dos brasileiros ainda estão divididas e que cerca de metade da população ainda não aprova a organização do evento, mas não é em clima de manifestações que o Brasil vai entrar hoje no Itaquerão nesta quinta-feira.

Para além da inauguração do maior evento de futebol do mundo, no dia 12 de junho é também celebrado o dia dos namorados no Brasil. Nesta data de paixão e, acima de tudo, reconciliação, os adeptos e a seleção brasileira parecem estar a resolver os seus “desentendimentos” e a caminhar por um trilho em comum: o do hexacampeonato.

O movimento #vaitercopa, que está a surgir para estimular a seleção brasileira, parece estar mais forte do que nunca. No entanto, para que haja a comunhão é preciso haver compromisso de ambas as partes. Do lado dos adeptos, o estímulo e a comparência nas arquibancadas são as principais obrigações, enquanto que a seleção precisa de vencer a Croácia no jogo de hoje para justificar o voto de confiança dos brasileiros. Esta quinta-feira pode ser tanto o início da rescrita da história recente entre os brasileiros e o futebol, como da história passada, marcada pelo “pesadelo uruguaio” de 1950.

De resto, e assim como em todos os Campeonatos do Mundo desde 1998, já estão presentes nos quatro cantos do Brasil as 32 formações apuradas para o torneio. No final da primeira fase, composta por oito grupos, apenas 16 seleções irão continuar em busca do troféu. Mas quem são os favoritos?

Para facilitar o trabalho do leitor, o JPN fez uma lista dos jogos mais relevantes e um pequeno apontamento sobre cada um deles.

Páreo duro

Dos três confrontos entre o Brasil e a Croácia, os “canarinhos” só venceram uma vez (1-0 no Mundial de 2006) e empataram, por duas vezes, com uma bola para cada lado (amigáveis em 1996 e 2005).

Brasil – Croácia (12 de junho, 21h)

A superioridade dos anfitriões no jogo de abertura é evidente. Ainda que a Croácia já tenha conquistado um pódio num Campeonato do Mundo – terceiro lugar em 1998 – é natural que os pentacampeões esbanjem um evidente favoritismo em virtude das circunstâncias e, obviamente, do poder da formação “canarinha”, que goleou por 3-0 os actuais campeões do mundo na final da Taça das Confederações de 2013. Ainda assim, Thiago Silva, David Luiz e Júlio César vão precisar tomar cuidado com Modric, o médio croata que teve uma importância incontestável na conquista da famosa “lá décima” do Real Madrid, assim como o defesa esquerdo Danijel Pranjic (Panathinaikos).

Espanha – Holanda (13 de junho, 20h)

Os dois finalistas da África do Sul não estão com a mesma gana de 2010. No entanto, não se pode esquecer que estamos a falar dos “gigantes” do futebol contemporâneo. Se, por um lado, temos uma “laranja mecânica” que, a fazer jus ao nome, aposta em sangue novo – é o caso de Depay (20 anos) – por outro, vemos os defensores do título a manter quase todo o plantel de 2010 já que, como em bom futebol, “em equipa que ganha não se mexe”. Mas nem tudo se resume a esta estratégia renovação/manutenção. Muito provavelmente o jogo será decidido pelos mesmos nomes de 2010: o trio dos “trinta” da Holanda (Sneijder, Van Persie e Robben) e os também já veteranos “tiki-taka” espanhóis (Xavi, Iniesta, e David Villa). Ainda assim, os catalães podem entrar em vantagem com o trunfo Diego Costa, fruto da nova “fornada” de jogadores, enquanto os holandeses não têm tamanho novo talento, apesar da sua grande reformulação.

Inglaterra – Itália (14 de junho, 23h)

Nenhuma das duas equipas está em alta. Se a situação da Itália já é alarmante, a dos ingleses é ainda pior, já que nem o próprio governo acredita na passagem da seleção inglesa para os oitavos-de-final. Presentes no “grupo da morte” (com três campeões mundiais), este primeiro jogo pode determinar a passagem de uma das formações para a fase seguinte e, consequentemente, a permanência na luta em prol da taça.

Alemanha – Portugal (16 de junho, 17h)

Provavelmente no segundo grupo mais complicado do Mundial, Portugal e Alemanha são sem dúvida os grandes favoritos a passar à fase seguinte. Contudo, um resultado desfavorável logo no primeiro jogo pode determinar um destino menos favorável para qualquer uma das seleções, visto ainda terem de enfrentar os prodígios ganeses e os imprevisíveis americanos.

Contra uma equipa deveras ofensiva, vale a pena salientar a importância de uma presença sólida na defesa, composta por Pepe e Bruno Alves. Também Moutinho terá a difícil tarefa de segurar a bola no meio-campo, enquanto Cristiano Ronaldo, o melhor jogador do mundo, vai ter de atrair os defensores adversários, abrir espaço para os colegas e mostrar muita habilidade de forma a afastar a marcação e abalar o grupo bastante sólido de Joachim Löw.

Todas as emoções deste e outros jogos de Portugal poderão ser lidas no JPN.

“Juntos Pela Nação”

O dia dos namorados só é celebrado no dia 12 de junho no Brasil. No entanto, para mostrarmos que em Portugal também há amor à camisola, o JPN vai embarcar para o Brasil a 15 de junho, para assistir ao Mundial no especial “Juntos Pela Nação” (JPN). Vamos assistir ao vivo aos jogos da nossa seleção contra a Alemanha (Salvador) e contra o Gana (Brasília) e acompanhar, com adeptos portugueses, todos os outros desafios de Portugal.

Fique atento. O JPN está a caminho do Brasil.