Através de uma visita a alguns acontecimentos históricos, Matosinhos pretende assinalar os 500 anos da atribuição do Foral à cidade e a importância que significou para a construção da identidade territorial.

“Sublinhar o presente e apostar no futuro” é o objetivo da Câmara Municipal de Matosinhos com a programação cultural dedicada à efeméride dos 500 anos da atribuição do Foral. Ainda que seja apenas a 30 de setembro que esta data completa cinco séculos, a autarquia está a organizar recriações históricas durante os meses de verão e a primeira começou na sexta-feira e prolonga-se até este domingo.

A praia de Matosinhos foi o local eleito para a recriação histórica da “Lenda do Cayo Carpo”, onde a cidade de Matosinhos é associada ao culto de Santigo de Compostela e aos famosos caminhos de Santiago. A lenda do “Cayo Carpo”, que deu origem ao atual nome da cidade, que antes era conhecida por Matizadinho, explica a história de como a população se converteu ao cristianismo.

O que é um Foral?

Os forais eram diplomas concedidos pelo rei e por outros senhorios laicos ou religiosos, que continham normas disciplinadoras das relações dos habitantes entre si e a identidade outorgante. A dimensão e conteúdo eram variáveis e estabeleciam-se as liberdades e garantias das pessoas e bens dos povoadores. O foral de Matosinhos foi atribuído no século XVI pelo rei D. Manuel I e teve uma importância histórica fundamental para que a cidade se afirmasse como uma entidade territorial e administrativa própria e se libertasse das jurisdições medievais anteriores.

Relembrar os piratas em Leça da Palmeira

O programa cultural da iniciativa tem muito para oferecer. Desta vez, num cenário diferente, na zona envolvente ao Forte Nossa Senhora das Neves, em Leça da Palmeira, serão “Os Piratas” a protagonizar outro momento do passado histórico. Num território tão ligado ao mar, pela pesca, produção de sal e construção naval, abordar a vida marítima e recriá-la é outra das finalidades da Câmara Municipal.

A iniciativa acontece pelo terceiro ano consecutivo e traz sempre atividades, aventura e euforia dedicados essencialmente aos mais pequenos, que terão a possibilidade de partir “à descoberta do século XVIII” através de uma caça ao tesouro. Num ambiente carregado de personagens características da época, desde marinheiros a mendigos, cativos a escravos, poetas a mouros, entre outros. Na noite do dia 27 de junho, o glamour, a sofisticação e o humor vão preencher o serão, num Baile de Máscaras do século XVII.

No segundo fim-de-semana de setembro, Leça do Balio volta à época medieval, com a iniciativa “Os Hospitalários no Caminho de Santiago”, com “a recriação de costumes, hábitos e tradições”, sendo um dos momentos altos do programa a recriação do casamento real entre D. Fernando e D. Leonor Teles.