“Gunalert ou Gun Alert, como preferirem” – é assim que João Rodrigues define o projeto, criado em apenas dois dias. Com a frequência de assaltos na zona da Asprela, João Rodrigues e João Antunes, antigos alunos do curso de Engenharia Informática e Computação da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, decidiram criar um projeto que estivesse “ao serviço da população”.

O objetivo é permitir “alertar todos os que circulam na zona em que o utilizador se encontra” da existência de movimentações ou possíveis problemas. “Nós próprios, que fomos estudantes da FEUP, já passámos por essas situações”, explica João Rodrigues. “Já fui assaltado com uma arma apontada à cabeça”, conta.

De acordo com um dos criadores do GunAlert, não é preciso mapas nem lupas para se utilizar a aplicação. Com um botão de sob a zona em que se encontra, o utilizador carrega no mesmo assim que presenciar, ou até mesmo experimentar, uma situação “perigosa”.

Esse alerta é depois enviado para os restantes utilizadores, que posteriormente receberão mais informações sobre o sucedido. De acordo com o criador da aplicação, “não é preciso estar sempre com a aplicação aberta, basta tê-la instalada que serão logo informados”.

E se esta ideia parece apenas uma brincadeira, para João Rodrigues, as ocorrências na zona da Asprela são uma espécie de “projeto-piloto”. Com cerca de mil utilizadores, o lançamento da aplicação nesta altura tem como propósito inicial o teste com várias pessoas, de forma a corrigir erros com base num feedback significativo.

Começou na Asprela, mas pode alargar-se ao mundo todo

“É uma aplicação que poderá ser utilizada em qualquer parte do mundo. Poderá estar preparada para receber alertas de qualquer cidade”, diz. Mas primeiro, é preciso “voar baixinho”. “Começamos com esta zona, porque de facto tem potencial para nós, mas depois de saber se de facto é realmente útil para a população (ou não), é que aumentamos a fasquia, com várias zonas do país ou do mundo”.

E se há falhas, essas relacionam-se com os “falsos alertas”. “Não se sabe até que ponto é que aquilo que a pessoa está a ver é mesmo um assalto, por exemplo”. A solução? Reportar. “Imagina que estás na redação do JPN e recebes um alerta de que neste momento está a acontecer um assalto no mesmo local em que te encontras. Podes simplesmente reportar e o utilizador que fez esse mesmo alerta tem uma espécie de ‘ranking de fama’, que vai descendo na medida em que faz alertas falsos.”

No entanto, para o jovem trabalhador, é importante reforçar que a aplicação não substitui o alerta às autoridades. “A polícia é sempre a primeira opção e é isso que queremos recomendar. O Gun Alert pretende dar a conhecer informação à população que às vezes fica só entre a vítima e a polícia”.